USP faz B.O. contra alunos em briga por instalação de grades em campus
São Paulo — A briga pela instalação de grades para o controle do acesso à moradia estudantil do campus da Universidade de São Paulo (USP) na zona oeste da capital, virou caso de polícia nesta semana após a universidade registrar um boletim de ocorrência contra um grupo de moradores.
São Paulo — A briga pela instalação de grades para o controle do acesso à moradia estudantil do campus da Universidade de São Paulo (USP) na zona oeste da capital, virou caso de polícia nesta semana após a universidade registrar um boletim de ocorrência contra um grupo de moradores.
A USP diz que a ação dos alunos para tentar barrar as grades já levou ao ferimento de servidores, e informou, em uma nota publicada nessa quinta-feira (23/1), que eles terão que responder criminalmente por agressão e desacato.
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Do outro lado da briga, a associação de residentes da moradia estudantil, que lidera a ação de barrar a instalação dos portões — a AmorCrusp — argumenta que a violência, na verdade, partiu da USP.
A associação acusa a universidade de estar arrombando apartamentos, e defende que a instalação das grades faz parte de uma ação contínua para retirar moradores clandestinos, que não conseguiram vaga formal pela USP e não têm onde morar.
Entenda o caso:
- A briga pela instalação de grades de controle de acesso à moradia estudantil da USP levou a universidade a registrar um boletim de ocorrência contra alunos;
- Os portões vêm sendo alvo de discussão desde julho de 2024;
- De um lado, a USP argumenta que a medida favorece a segurança. Do outro, os alunos, representados pela Associação de Moradores, acusam a universidade de agir para retirada de moradores clandestinos;
- Desde dezembro de 2024, a universidade tem feito uma ação de vistoria nos apartamentos para verificar a existência de vagas;
- Durante essas vistorias, a USP diz que servidores foram alvo de desacato por parte dos alunos;
- Nessa quinta-feira (23/1), a USP emitiu uma nota informando que registrou um B.O. contra alunos que participavam de ações para barrar a instalação dos portões. Eles também serão alvo de um processo administrativo que irá apurar os casos de agressão internamente.
Escalada da tensão
O estopim para que o caso fosse levado à polícia teria sido a forma como alguns moradores recepcionaram uma ação de vistoria aos apartamentos nas últimas semanas. De acordo com a USP, servidores foram recebidos com xingamento e desacato enquanto tentavam entrar nos apartamentos.
A universidade defende que as vistorias não teriam relação com as grades. Apesar disso, a ação contribuiu para a piora da relação com os estudantes.
Um coordenador do AmorCrusp, que não quis ser identificado, acha que as ações de vistoria aumentaram a tensão da relação.
"Eles estavam fazendo a vistoria de um jeito muito absurdo. Chegavam e batiam na porta e, se você não abrisse, mandavam um chaveiro para arrombar. Eles entravam independente se tinha ou não tinha, inclusive de moradores que não estavam em casa", disse o estudante.
O estudante, que acompanhou grande parte das vistorias e das ações para barrar a instalação dos muros, nega que houve qualquer violência por parte dos alunos.
Em nota sobre as vitorias, a USP reforça que a ação não tem como objetivo o desalojamento de estudantes, mas identificar as vagas que poderão ser disponibilizadas para os calouros. Esse procedimento esta previsto no regulamento da moradia estudantil.