Cenipa atrasa entrega de relatório sobre queda de avião em Gramado
Após mais de um mês da queda do avião em Gramado (RS), que deixou 10 pessoas mortas, em 22 de dezembro de 2024, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não divulgou o relatório preliminar sobre o acidente.
Após mais de um mês da queda do avião em Gramado (RS), que deixou 10 pessoas mortas, em 22 de dezembro de 2024, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não divulgou o relatório preliminar sobre o acidente. O prazo para o procedimento é de 30 dias e venceu nesta quarta-feira (22/1).
Entenda:
- Avião particular decolou em meio a tempo nublado, do Aeródromo de Canela (RS), colidiu com prédio e caiu na sequência.
- A bordo estavam 10 pessoas da mesma família. Todas morreram no acidente.
- Outras duas pessoas ficaram feridas em solo.
- Relatório preliminar com dados da investigação do Cenipa deve ser divulgado em até 30 dias após o acidente. Prazo venceu nesta quarta (22/1).
O avião decolou, em um voo privado, do Aeródromo de Canela (RS) com destino a Jundiaí (SP), às 9h12 do dia 22 de dezembro de 2024, mas caiu apenas três minutos depois. Após a decolagem, a aeronave fez uma curva à direita, bateu em uma chaminé de um prédio em Gramado e, depois disto, perdeu controle e atingiu outra edificação. Além das 10 mortes, duas pessoas em solo também ficaram feridas em estado grave.
O prazo de 30 dias para a elaboração do relatório preliminar está previsto na norma NSCA 3-13 do Comando da Aeronáutica. O documento trata dos protocolos de investigação de ocorrências na aviação civil do Brasil.
7 imagensMaurício Tonetto/Secom RSCrédito: Maurício Tonetto/Secom RSCrédito: Maurício Tonetto/Secom RSRedes sociais Crédito: Maurício Tonetto/Secom RSCrédito: Maurício Tonetto/Secom RS“No caso de ocorrências aeronáuticas que demandarem investigação do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), conforme os protocolos estabelecidos nesta norma, o Cenipa disponibilizará, em até trinta dias da data da ocorrência, um Reporte Preliminar com as informações obtidas nos estágios iniciais das investigações”, diz a norma.
A divulgação do relatório preliminar é rotineira. Foi assim no caso do avião da VoePass, que caiu em Vinhedo (SP), quando morreram 62 pessoas. O acidente ocorreu em 9 de agosto de 2024, e no dia 6 de setembro de 2024 o documento com as primeiras informações da investigação foi apresentado.
O Metrópoles procurou a Força Aérea Brasileira (FAB), órgão ao qual o Cenipa pertence, nesta quinta-feira (23/1), para saber se o relatório preliminar estaria pronto ou se havia previsão para que o mesmo fosse divulgado.
A resposta foi que os trabalhos de investigação estão “em andamento”. A FAB acrescentou que as informações factuais já apuradas podem ser consultadas no painel do Sipaer. A reportagem verificou no endereço eletrônico que constam apenas os dados básicos da ocorrência, como número de vítimas, sequência dos fatos e dados da aeronave. As informações já eram conhecidas no dia da queda.
Como funciona o relatório
O relatório preliminar costuma apresentar as informações iniciais da apuração. Ele foca nos fatos detalhadamente, por meio da verificação de dados eventualmente disponíveis, como registros de comunicação e informações de navegação. O modelo acidentado, um Piper Air Craft não possui caixa preta.
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“A conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Quando concluído, o Relatório Final será publicado no site do Cenipa disponível a toda sociedade”, informou a FAB.
O relatório final, que explica detalhamente os fatores que contribuíram para a causa do acidente, não tem prazo para conclusão. Este documento costuma levar mais de um ano para ser concluído.
Vítimas
A aeronave que decolou do município turístico do Rio Grande do Sul estava com uma família a bordo. O piloto era o empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi, também dono da aeronave. Todos os 10 passageiros que estavam a bordo eram familiares do empresário – entre eles, a esposa e as três filhas.
Veja o embarque e a decolagem do avião:
Naquele dia, o tempo estava chuvoso e havia neblina. Um vídeo do aeródromo mostra o momento em que o tripulante e os passageiros embarcam. Na sequência, a aeronave decola e some em meio ao nevoeiro.