Defesa de Bolsonaro e Michele consegue acesso a depoimentos de Mauro Lourena Cid, Crivelatti e Wassef em inquérito de venda ilegal de joias
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Advogados de ex-presidente afirmam, no entanto, que conteúdo 'não preocupa' e recorre a Plenário do STF por depoimento de Mauro Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente. Caso das joias: Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Fabio Wajngarten, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti adotam silêncio; Coronel Mauro Cid, Mauro Lourena Cid, Frederick Wassef falam à PFReprodução/ GloboNewsA defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse ter obtido acesso nesta semana ao conteúdo dos depoimentos prestados no dia 31 de agosto à Polícia Federal pelo general Mauro Lourena Cid, Osmar Crivelatti e Frederick Wassef no inquérito que apura a venda ilegal de joias recebidas por comitivas do governo Bolsonaro durante viagens oficiais.O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, no entanto, acesso da defesa ao depoimento dado no mesmo dia pelo tenente-coronel Mauro Cid, e por isso foi feito um novo recurso para que o pedido seja analisado pelo Plenário da Corte. A equipe de advogados do ex-presidente avalia que o conteúdo dos depoimentos aos quais tiveram acesso "não preocupam" e "não modificam a estratégia adotada até o momento".A defesa afirma também não ter requisitado ao STF, até o momento, acesso ao conteúdo da delação celebrada por Mauro Cid com a Polícia Federal e homologada pelo ministro Moraes no começo de setembro.Direito à ampla defesa e ao contraditórioNos pedidos apresentados ao STF, a defesa do casal Bolsonaro argumenta que o acesso à integra da investigação – inclusive ao depoimento de Cid – é necessário para garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório.O depoimento de Cid e dos demais investigados no caso das joias aconteceu em 31 de agosto, e o tenente-coronel firmou acordo de colaboração premiada em 9 de setembro.Outros pedidosAlém do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, as defesas de Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro, e o advogado Fabio Wajngarten, ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro, também pediram acesso aos depoimentos de Mauro Cid, Mauro Lourena Cid e Wassef. Mas, no caso de Câmara e de Wajngarten, ainda não houve manifestação do STF.DepoimentosO casal Jair e Michelle Bolsonaro faz parte da lista de oito citados no inquérito das joias que foram convocados pela PF a depor. Além deles, foram intimados:Mauro Cid: ex-ajudante de ordens de BolsonaroMauro Lourena Cid: pai de Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na AmanFrederick Wassef: advogado de BolsonaroFabio Wajngarten: ex-chefe da comunicação do governo BolsonaroMarcelo Câmara: ex-assessor especial de BolsonaroOsmar Crivelatti: ex-assessor de BolsonaroAs defesas de Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e Câmara informaram antes dos depoimentos que eles ficariam em silêncio. Em nota, os defensores dos quatro disseram que tomaram essa decisão por julgarem que o Supremo Tribunal Federal (STF) não é a instância adequada para a investigação.