Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

CGU

Empresa que demitiu 8 após queixa de funcionários coleciona problemas

Acusada de demitir ao menos oito funcionários na última quinzena após os trabalhadores protestarem contra atrasos salariais, a R7 Facilities Serviços e Manutenção, empresa de engenharia que presta serviços a ministérios e outros órgãos públicos, coleciona polêmicas.


Acusada de demitir ao menos oito funcionários na última quinzena após os trabalhadores protestarem contra atrasos salariais, a R7 Facilities Serviços e Manutenção, empresa de engenharia que presta serviços a ministérios e outros órgãos públicos, coleciona polêmicas.

Localizada no Trecho 17 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a R7 Facilities ganhou destaque nacional em fevereiro de 2024, após os presos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, integrantes do Comando Vermelho (CV), fugirem pelo telhado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A empresa fazia uma obra no telhado da prisão à época, e dois funcionários passaram a ser investigados. Foi a primeira e única fuga de um presídio de segurança máxima na história do país.

Além disso, a R7 é investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) por supostamente manter “laranjas” à frente da empresa. Vencendo licitações públicas desde 2016 e mantendo contratos de cifras milionárias, a organização tem como sócio-administrador uma pessoa que recebeu auxílio emergencial do Governo Federal.

O técnico em contabilidade Gildenilson Braz Torres mora na periferia do Distrito Federal, recebeu auxílio emergencial e tinha R$ 523 em suas contas em 2022, de acordo com um processo de execução fiscal. Ele já recebeu sentença do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) de penhora em bens para pagar uma dívida de R$ 8,6 mil.

Aberta em 2009 por Ricardo de Souza Lima Caiafa, a R7 Facilities foi registrada com o nome dele à época. Em 2022, Caiafa recebeu 3.879 votos e foi eleito suplente pelo Partido Liberal (PL) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Documento falso

Em dezembro de 2019, a R7 Facilities ganhou um contrato junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, do então ministro Sergio Moro, após ter sido considerada inidônea pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por apresentar, em abril daquele ano, um documento falso em outro concurso, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A R7 recorreu da medida cautelar e, em outubro, conseguiu reduzir o prazo de inidoneidade para seis meses. A decisão de abril, portanto, caiu em setembro, e a empresa ganhou o contrato.

Contratos milionários

A R7 ainda tem acordos milionários com o Executivo. Com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por exemplo, há um contrato de R$ 41,1 milhões válido até março deste ano. O documento indica que a empresa fornecerá serviços de recepção, secretariado, deslocamento e assistência administrativa.

A empresa também tem participado de licitações com o Governo do Distrito Federal, arrecadando quase R$ 11 milhões (R$ 10.788.811,77) dos cofres públicos brasilienses. O Contrato n.º 050.234/2023, por exemplo, garante à R7 a prestação de serviços de secretariado, secretariado executivo e recepção nas unidades da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob-DF).

Demissão após protestos

Ao menos oito funcionários, lotados nos ministérios das Mulheres, Direitos Humanos (MDH) e Igualdade Racial (MIR), foram demitidos há cerca de duas semanas. Uma funcionária falou à reportagem que foi pega de surpresa no último dia 15, sendo coagida a assinar uma carta de demissão.

Dias antes, ela e outros trabalhadores protestaram em frente à sede do MDH e se reuniram com deputados e sindicalistas do DF. "Foi uma punição política”, disse a ex-funcionária, que não será identificada pela reportagem.”

“Os funcionários que davam trabalho foram escolhidos para serem demitidos. Por dar trabalho, entenda-se cobrar os direitos”

2 imagens1 de 2

Trabalhadores protestam na frente do ministério

Material cedido ao Metrópoles2 de 2

Empresa é acusada de não repassar pagamento do governo

Reprodução

O Ministério Público do Trabalho (MPT) investigará as demissões. A Procuradoria-Regional do Trabalho da 10ª Região (PRT-10), que atua na área do DF, já apurava a demora no pagamento das remunerações de funcionários

Outro lado

Em nota publicada nas redes sociais, a R7 Facilities negou haver desligamento em massa na empresa. “Por fim, enfatizamos que seguimos comprometidos em oferecer o nosso melhor para cada um de nossos colaboradores, clientes e fornecedores”, esclarece.

O Metrópoles tentou contato com a R7 Facilities e representantes da empresa. Até a última atualização desta reportagem, a organização não havia se posicionado.

Metropoles

Distrito Federal CGU Protestos Salários Demissão Presídio Penitenciária MPT Empresa Mossoró

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!