Justiça suspende Operação Verão na orla do Rio por ausência da prefeitura em reunião de planejamento
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A nova fase do reforço no policiamento nas praias estava prevista para começar neste sábado (7). Segundo a juíza, o estado precisaria realizar uma reunião de planejamento prévio com representantes do MP, Defensoria Pública, prefeitura e Conselho Tutelar. Na reunião, a PM informou que não daria início a operação antes de retomar as conversas. Operação Verão no Rio de Janeiro em 2023Reprodução/TV GloboO Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), através da 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso, determinou a suspensão do início da Operação Verão, uma ação de segurança do governo estadual do RJ que começaria neste sábado (7), com o reforço na segurança em toda a orla do estado. Ao todo, a PM informou que 1,2 mil policiais militares estariam na ação. Segundo a sentença da juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, a suspensão da operação se deu pela ausência de representantes da Prefeitura do Rio na reunião de planejamento da ação realizada no último dia 29 de agosto. De acordo com a magistrada, para a operação começar o Estado precisaria realizar este encontro com membros do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Prefeitura do Rio e Conselho Tutelar. Ainda segundo a juíza, a ausência da prefeitura violou o Termo de Autocomposição homologado no dia 09 de agosto. O documento regulamentou a abordagem de crianças e adolescentes no âmbito da 'Operação Verão', a fim de adequá-la as regras de proteção estabelecidas no Estatuto da Criança e Adolescente. "O Município inviabilizou as tratativas para formulação do Plano de POP eis que deixou desmotivadamente de comparecer à reunião para o estabelecimento do referido plano. Em razão da sua ausência foi o Município notificado nos termos do referido acordo de autocomposição", dizia a sentença da Justiça. Jovens que estavam no Arpoador foram conduzidos para delegacia no último domingo (10)ReproduçãoNo ano passado, a Operação Verão foi alvo de polêmica por causa das apreensões de menores. Os órgãos de segurança, junto à Justiça e Assistência social fizeram um acordo e definiram novas regras para abordagens a crianças e adolescentes.Foram meses de reuniões e discussões entre diversos órgãos. A intenção é garantir mais proteção aos menores.O ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin proibiu apreensões de menores nas operações que não fossem em flagrante ou mediante ordem judicial e determinou a criação de um novo protocolo de abordagem.O termo compactuado entre todos os órgãos envolvidos prevê que:A revista pessoal só pode ser realizada na presença de um responsável ou conselheiro tutelar;Em caso de flagrante, o policial deve usar câmera corporal para registrar a abordagem, e que a gravação seja feita no modo com maior qualidade de imagem;A abordagem deve ser empática e respeitosa para evitar constrangimentos;O policial deve acionar o Conselho Tutelar e assistentes sociais;Os menores não poderão ser transportados na parte traseira das viaturas policiais;E se o menor estiver sob efeito de drogas ou com a saúde comprometida, o Samu deve ser acionado.A Polícia Militar diz que está treinando e orientando todo o efetivo sobre o novo protocolo de abordagem para que seja feita em cumprimento à lei e ao Estatuto da Criança e do Adolescente.Na decisão judicial desta sexta-feira (6), a juíza determinou que o Estado e o Município do Rio comprovem as medidas já adotadas e as previstas para garantir que os agentes envoltos nas abordagens da Operação Verão tenham acesso à capacitação inicial.