Vítima de estupro comemora condenação de dono do Bambambã: "Vitória"
Após a condenação de Gabriel Ferreira Mesquita a oito anos por estupro de vulnerável, uma das 12 vítimas que acusam o dono do bar Bambambã – na 408 Norte, em Brasília – de abuso comemorou a decisão.
Após a condenação de Gabriel Ferreira Mesquita a oito anos por estupro de vulnerável, uma das 12 vítimas que acusam o dono do bar Bambambã – na 408 Norte, em Brasília – de abuso comemorou a decisão.
“Ontem até que enfim esse monstro que violentou eu [sic] e tantas outras mulheres foi condenado a 8 anos de prisão. Eu tô em lágrimas, ainda desacreditada. Agradeço minhas parceiras de luta e todxs [sic] que se achegaram nesse processo, quase insuportável de tão doloroso. Foi uma vitória não só para nós, mas todas as mulheres”, destacou em um perfil nas redes sociais com o nome “12 mulheres importam”.
Imagem cedida ao MetrópolesA vítima também relatou que engordou 20 quilos nos últimos quatro anos, desde quando fez o relato, em 2020. Ela contou que estava sufocada por uma “dor que não cabia mais guardar”.
Aos 22 anos, a vítima alegava estar afetada psicológica e fisicamente e com dificuldade de manter qualquer tipo de contato físico. O caso dessa vítima foi o único, até o momento, que resultou na condenação do acusado.
Gabriel foi condenado a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável, quando dopou e forçou uma relação sexual com a vítima. A sentença foi publicada nessa segunda-feira (15/7), e a pena deve ser cumprida em regime fechado, por envolver crime hediondo.
“A vítima, pelo estado de embriaguez em que se achava, não teve condições de consentir na prática sexual almejada pelo réu, muito menos de oferecer resistência à conduta dele”, destacou o juiz Aimar Neres de Matos.
Relembre o caso
Ao menos 12 mulheres denunciaram Gabriel Mesquita. Elas conversaram com a reportagem e detalharam histórias de horror e traumas provocados pelo acusado, que cometia os crimes após dopá-las.
"Aconteceu em uma noite após o aniversário de um amigo. Ele me levou até o quarto, onde, inicialmente, consenti a relação. Quando terminamos, e após certo tempo, adormeci. No meio da madrugada, no entanto, fui acordada de forma extremamente violenta, com ele me virando de bruços e forçando sexo anal", relatou Maria*, uma das vítimas.
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Amigos do dono do Bambambã também ressaltaram o suposto perfil hostil do empresário. "Conheci o Gabriel ainda na juventude; inclusive, chegamos a morar juntos. Ele era uma pessoa envolvente e agradável, mas agressivo e violento quando confrontado", descreveu um colega, que não quis se identificar.
"Ele [Gabriel] falou uma ou duas vezes sobre ter tido relação sexual consentida com uma mulher e, no meio do ato, ter partido para o sexo anal sem permissão da parceira. E [ele] teria achado o máximo", completou o conhecido.
Em agosto de 2022, a 2ª Vara Criminal de Brasília condenou Gabriel a seis anos de prisão por um processo de 2018. Na denúncia, o réu foi acusado de forçar sexo com a vítima, aproveitando-se do fato de que ela estaria embriagada e sem condições de reagir. No entanto, ele foi absolvido após apelação da defesa na segunda instância do TJDFT.
Defesa
Por meio de nota, a defesa de Gabriel informou que vai recorrer da decisão “para restabelecer a total inocência” do condenado. O advogado do empresário ainda apontou a acusação como “injusta”.
Leia nota na íntegra:
“A Justiça tem sido feita. Em verdade, Gabriel Ferreira, foi absolvido de mais duas injustas acusações. É válido lembrar que 12 denúncias foram feitas e, corretamente, a Justiça do Distrito Federal já o absolveu de 11 delas.
Por esse motivo, encaramos com serenidade essa única condenação. Entendemos que houve um grande erro e vamos recorrer ao Tribunal de Justiça para restabelecer a total inocência de nosso cliente.”