Enquanto ainda fazem um balanço da tragédia, moradores do RS sabem que terão um longo caminho para construir o futuro
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A Companhia de Saneamento Estadual decidiu desativar para sempre 32 estações de tratamento de água espalhadas pelo Rio Grande do Sul porque elas não podem mais ficar onde estão. Todas terão que ser reconstruídas em outros lugares. Enquanto ainda fazem um balanço da tragédia, moradores do RS sabem que terão um longo caminho para construir o futuroJornal Nacional/ReproduçãoEm qualquer canto do Rio Grande do Sul, os gaúchos hoje sabem que o caminho para reconstruir a vida e futuro vai ser muito longo.É um dia de cada vez. Em um abrigo em Canoas, o sol determina o ritmo da vida. Chegou a vez de lavar roupa."Não tem tanque. É o básico e a nossa cerca. É o que a gente tem por hoje", conta a auxiliar de cozinha Gisele da Silva. Tudo é urgente. As quentinhas acabaram de chegar. Hoje é arroz de carreteiro. A coordenação de um abrigo em Canoas esperava receber 600 desabrigados. Em três dias, o número chegou a 6 mil. Como planejar? Como imaginar o que pode acontecer no futuro diante de uma tragédia nunca vista? Essa é a primeira pergunta que todo o estado do Rio Grande do Sul está fazendo agora.A primeira resposta veio nesta quarta-feira (15). A Companhia de Saneamento Estadual decidiu desativar para sempre 32 estações de tratamento de água espalhadas pelo Rio Grande do Sul porque elas não podem mais ficar onde estão, terão que ser reconstruídas em outros lugares. Exigência da natureza."Outro Rio Grande do Sul que, a partir de agora, vai ter que ser reconstruído, em uma condição resiliente, que já sabido do novo regime climático que assola o planeta", afirma Leandro Marinho, vice-presidente de Operações da Aegea Saneamento.A dignidade deles já está sendo recuperada. Em um mutirão, eles tiram novas certidões e identidades - as antigas foram levadas pelas águas."Estou me sentindo ninguém sem o documento, eu não posso fazer nada, nada, nada", conta uma mulher."A identificação é primeiro passo para o nosso nascimento. Faz a transformação social" diz Nilton Leonel Maria, defensor público geral do Rio Grande do Sul.Bombas, diques e comportas: saiba para que serve cada item do sistema anticheias de Porto AlegreVidas em suspenso."Eu reformei minha casa há pouco tempo, comprei móveis novos. Perdi tudo de novo. [O plano hoje é] só sobreviver", relata a dona de casa Rosane Nunes Alves.O plano da diarista Dione Alves era economizar para a formatura da filha em 2025. A enchente arrasou o sonho."Está lá embaixo da água, na verdade os planos da gente ficaram lá. Com certeza não [sou mais a mesma pessoa]. Com certeza, não somos mais. Nem eu, nem ninguém", diz.LEIA TAMBÉMGoverno anuncia PIX de R$ 5,1 mil por família que perdeu bens nas chuvas do RSAuxílio de R$ 5,1 mil, saque do FGTS e ampliação do Bolsa Família: veja medidas do governo para afetados pela tragédia no RSLula cria secretaria extraordinária para reconstrução do RS; Paulo Pimenta vai comandar órgão