Justiça converte em preventiva prisão do pedreiro suspeito de estuprar médica em BH: 'Extrema gravidade', diz juíza

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Justiça converte em preventiva prisão do pedreiro suspeito de estuprar médica em BH: 'Extrema gravidade', diz juíza
Homem fingiu haver um vazamento de gás para entrar no apartamento da vítima. Ele é suspeito de extorquir e estuprar a mulher. Estupro aconteceu no bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte

Reprodução

A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do homem de 36 anos, suspeito de estuprar uma médica no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (8).

No documento, a juíza Adriana Garcia Rabelo classificou o ato como algo de "extrema violência e gravidade". Afirmou também que a a conversão da prisão era imprescindível para resguardar a vítima e a ordem pública.

"Considerando-se que a pena máxima privativa de liberdade para o crime de estupro é de dez anos de reclusão e o crime de roubo é de dez anos de reclusão, sendo a conduta extremamente grave, afigura-se absolutamente imprescindível a conversão da prisão em flagrante do autuado em prisão preventiva, para a salvaguarda da ordem pública", concluiu a magistrada.

O crime aconteceu na manhã desta segunda-feira (6), dentro do apartamento da vítima. O suspeito já era conhecido da moradora e atuava na obra do prédio, que ainda está em construção. Ele fingiu haver um vazamento de gás para entrar na casa da mulher e, quando trancou a porta, extorquiu e a estuprou. (saiba mais abaixo).

Obras de construção do prédio estão em estágio final.

Reprodução/TV Globo

Segundo a polícia, havia um trânsito grande de pessoas no local para finalizar a obra. Logo após entrar no apartamento, o suspeito imediatamente se virou e trancou a porta. "Nesse momento ela disse que sentiu que alguma coisa de ruim ia acontecer", completou a delegada.

O suspeito, então, começou a coagi-la para que entregasse dinheiro, mas ela não tinha. Em seguida, amarrou os braços e as pernas da vítima com cadarços do tênis dela, a levou para o quarto e a jogou na cama.

Extorsão seguida de estupro

Após a jogar na cama amarrada, o pedreiro ordenou que a vítima desbloqueasse o celular e fez compras e transações de cerca de R$ 4.400, segundo a polícia.

"Em um momento, ele tira a roupa dela, pede que ela se vire de costas e começa a praticar atos libidinosos, a tentar penetrá-la. Ele não consegue, mas tenta insistentemente, chega a machucar a região genital dela. Um crime horrendo", narrou a delegada Mascotte.

Após o estupro, o homem começou a ameaçar a mulher, falando que a mataria se ela contasse para alguém ou para a polícia. Ele disse ainda que não estava agindo sozinho.

Em seguida, o suspeito procurou por fogo e álcool, com intuito de colocar fogo na casa, mas não encontrou.

"Ele olha nos olhos dela e disse que ela seria a primeira [vítima dele] que sairia viva, dando a entender que as outras mulheres ele teria matado", disse a delegada.

O suspeito já tinha passagens por furto e apropriação indébita, mas não por crimes como estupro ou homicídio. A Polícia Civil irá coletar elementos para investigar a fala dele para a vítima.

Voltou para casa 'como se nada tivesse acontecido'

A vítima ficou presa por cerca de mais meia hora depois disso, quando conseguiu acionar a polícia. A perícia esteve no local, e o homem foi preso preventivamente, em frente à casa dele, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.

"Como ele realmente acreditava na impunidade: ele voltou pra casa como se nada tivesse acontecido, algumas horas depois. Ele não fugiu. Ele não acreditou que ia ser preso, que alguma coisa seria feita. O que fez com que ele acreditasse nisso era o tom de ameaça, a quantidade de ameaças contra a vítima", pontuou a delegada-geral do departamento de investigação, orientação e proteção à família, Carolina Bechelany.

O suspeito é casado com a enteada do responsável pela obra. "[Todos da obra] nunca desconfiaram dele, que ele seria capaz de tamanha atrocidade", disse a delegada Mascotte.

O homem teve a prisão ratificada por estupro e por roubo. A Polícia estuda pedir a conversão da prisão dele em preventiva e também coleta elementos para enquadrá-lo por cárcere privado. As penas por esses crimes podem chegar a 10 anos de reclusão.

À polícia, o suspeito admitiu que roubou a vítima, mas negou o estupro. Ele está preso no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.

Polícia Civil investiga o caso.

Reprodução/TV Globo

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