Dia das Mães: mulheres fogem das estatísticas e se consolidam na carreira após licença-maternidade em MS
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Pesquisa revela que a maioria das mulheres não consegue crescer profissionalmente após se ausentar durante a licença-maternidade. Neste Dia das Mães, o g1 procurou histórias de mulheres que conseguiram fugir das estatísticas e virarem inspiração para os filhos. Marilu e seus filhos gêmeos.Arquivo pessoalConciliar a carreira profissional com a maternidade é um desafio enfrentado por muitas mulheres que não sonham em viver apenas para cuidar dos filhos, ou precisam trabalhar para mantê-los. Contudo, só o desejo de permanecer no mercado de trabalho e lutar para equilibrar vários pratinhos ao mesmo tempo não depende apenas das mulheres, mas também de seus empregadores: estudos revelam que a maioria delas não consegue se manter no emprego após darem à luz aos seus bebês.? Clique aqui para seguir o canal do g1MS no WhatsAppA pesquisa "Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil", feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que quase metade das mulheres que tiram licença maternidade saem do mercado de trabalho após 24 meses de retornarem da licença. A maior parte das saídas delas, enfatizou os pesquisadores, se dá sem justa causa e por iniciativa do empregador.O estudo foi publicado em 2016, mas foi o primeiro - e único - sobre licença-maternidade com riqueza de informações sobre a trajetória das trabalhadoras no país. Apesar de ser um direito trabalhista, o temor em usufruir da licença é comum entre as mulheres. Tanto que, quando ele é respeitado, se torna um motivo de comemoração. Foi o caso da engenheira florestal Marilu Ramos, que se mudou do Paraná para Mato Grosso do Sul para assumir o cargo de especialista florestal em uma nova área de treinamento na indústria Eldorado Brasil. Lianice Munaretto com a filha Lia Maria.Arquivo pessoalPouco mais de um ano na nova empresa e cidade, Marilu descobriu que estava grávida de gêmeos. Fugindo das estatísticas, a engenheira não só manteve o emprego em estabilidade, mas foi surpreendida com uma promoção para um cargo de chefia dentro de seu setor, quando ainda era gestante."A gente sempre sonha com ascensão na carreira, mas eu confesso que eu não esperava ser promovida naquele momento, foi uma grata surpresa. Eu percebi que o fato de eu estar grávida não afetou minha vida profissional. Minha carreira continuou. Consideraram meu nome para aquela posição naquele momento e me colocaram nela mesmo na condição de gestante. Me senti muito realizada", declarou. Outra profissional que não viu sua carreira ser afetada pela condição de mãe, foi a especialista de Compliance, Lianice Munaretto. Ela considera que conciliar a maternidade com a carreira é uma escolha individual e um ato de amor, já que é por meio do trabalho que muitas mães conseguem oferecer um futuro melhor para seus filhos."É importante mostrarmos aos nossos filhos nosso valor e nossa capacidade. O período da gestação é delicado, então precisamos acalmar nosso coração, confiar que tudo dará certo e que ser mãe não nos torna menos profissionais. Além disso, é fundamental que, nós que já passamos por isso, apoiemos outras gestantes, pois muitas vezes tudo que elas precisam é de um abraço, de se sentir acolhidas", afirmou.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: