Empatia, acolhimento, incentivo: conheça projetos feitos por e para mulheres que geram trabalho, superação e mudança de vida

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Empatia, acolhimento, incentivo: conheça projetos feitos por e para mulheres que geram trabalho, superação e mudança de vida
O Globo Repórter desta sexta-feira (1º) traz histórias de mulheres que, inspiradas e incentivadas por outras, criaram projetos que reforçam a independência e liberdade feminina. Conheça projetos feitos por mulheres que geram trabalho, superação e mudança de vida

O Globo Repórter desta sexta-feira (1º) é dedicado às mulheres. O programa mostra projetos feitos por e para mulheres que geram renda, superação e mudança de vida. Veja mais abaixo.

História e experiência que inspira e empodera outras

Após sofrer violência doméstica, mulher busca inspirar e fortalecer outras vítimas em SP

O Potência Feminina é uma iniciativa liderada por Tuca Duarte, que oferece apoio a mais de 120 mulheres. O projeto criado há dois anos, usa, aos sábados e domingos, o espaço público em Paraisópolis, em São Paulo, onde a Tuca trabalha durante a semana.

"É um movimento de mulheres que acolhem mulheres, fortalece, capacita, puxa a orelha", brinca.

Após sofrer violência doméstica, mulher busca inspirar e fortalecer outras vítimas em Paraisópolis

Reprodução/TV Globo

Tuca enfrentou por 10 anos um ciclo de violência doméstica e só enxergou a necessidade de buscar ajuda após conhecer uma assistente social em uma reunião na sua cidade.

"Não me enxergava como potência. Me enxergava como uma nada, como uma pessoa insignificante sem qualidade nenhuma, e por quê? Porque eu estava num ciclo de violência doméstica. Psicológica, emocional, patrimonial, sexual e eu entendia que estava tudo bem. Só que eu não tinha noção, eu não sabia que eu era vítima de violência, porque eu não sofria violência física".

Após sofrer violência doméstica, Tuca Duarte busca inspirar e fortalecer outras vítimas em SP

Reprodução/TV Globo

Elas constroem e reformam as próprias casas

Arquitetura na Periferia: projeto em BH capacita mulheres na construção civil

A equipe também mostrou o trabalho das alunas do projeto Arquitetura na Periferia, criado há 11 anos na comunidade Dandara, em Belo Horizonte. Juntas, elas fazem a massa, rebocam, discutem. Veja no vídeo acima.

As aulas do projeto capacitam as mulheres a trabalhar na construção civil. A Bruna tinha o sonho de ser jogadora de futebol e hoje fica orgulhosa de dizer a profissão que conquistou.

"A minha profissão hoje em dia é pedreira de acabamento e eu sou uma pessoa completamente feliz. Eu consigo transformar uma casa completa desde a alvenaria até o acabamento", destaca.

Arquitetura na Periferia: projeto em BH capacita mulheres na construção civil

Reprodução/TV Globo

A arquiteta Carina Guedes, que criou o projeto em sua tese de mestrado, ressalta que a ideia tem ainda o desafio de agregar valor e acolhimento às trabalhadoras.

"É o nosso grande desafio agora com as meninas que estão fazendo a obra, de valorizar elas, valorizar quem está pondo na mão na massa que é totalmente contra o que vê a gente lá fora. A gente não quer formar mulheres pedreiras para serem mão de obra exploradas. Então um ambiente acolhedor", destaca a fundadora da ideia.

Arquitetura na Periferia: projeto em BH capacita mulheres na construção civil

Reprodução/TV Globo

Controle das finanças: um dos primeiros passos para a independência

Mentoria financeira impulsiona mulheres pretas a cuidar de suas finanças

Formada em matemática, Patrícia Marins já foi professora e hoje é bancária. Mas é como mentora financeira que ela impulsiona outras mulheres pretas. Em palestras no centro do Rio de Janeiro, Patrícia ensina não só a administrar bem o orçamento, mas a multiplicar o valor do trabalho que fazem.

Ela trabalha com mudança comportamental e métodos simples:

"Se você pensar ali no dia primeiro do mês eu guardo R$1, no segundo dia do mês, eu guardo R$2, no terceiro R$3, aumentando R$ 1 por dia você começa a ter consciência , você começa a economizar em outros lugares para que no dia 25 você tenha R$25. E no dia 30, você tenha R$30. Quando você olha pra sua conta lá no final do mês e você vê mais de R$400 na sua conta , você fala poxa eu consegui", ressalta.

Mentoria financeira impulsiona mulheres pretas a cuidar de suas finanças

Reprodução/TV Globo

Foi assim também com a Aline Campeiro, uma medalhista em levantamento de peso, que não tinha nenhum controle sobre as finanças até conhecer a Patrícia.

"A Patrícia foi minha atleta, minha aluna e ela veio com essa proposta de fazer com que a mulher negra entendesse qual é a colocação dela no mercado e ter um controle sobre suas finanças. Eu não tinha nenhum controle. E eu tinha dívidas porque eu fui gastando e eu não consegui pagar o cartão, aí ela me disse quase: 'pare, preste atenção e faça novas escolhas. Ah! E anote tudo', conta.

Mentoria financeira impulsiona mulheres pretas a cuidar de suas finanças

Reprodução/TV Globo

Sacolas coloridas geram trabalho, renda e muita autoestima

Como sacolas coloridas geram trabalho, renda e muita autoestima para grupo de mulheres

Em um pequeno ateliê de costura, montado na laje da casa em Taboão da Serra, Elaine encontrou forças para enfrentar uma separação e provar que dava conta da casa e dos filhos sozinha.

"Tiveram muitas pessoas que falava para mim que não tinha futuro trabalhar em casa que eu tinha que arrumar um emprego fora. Várias palavras de negatividade para baixar minha autoestima para me deixar lá embaixo e eu falei que não. E aí eu aprendi enfrentar a vida de cabeça erguida", conta a gestora do projeto.

Como sacolas coloridas geram trabalho, renda e muita autoestima para grupo de mulheres

Reprodução/TV Globo

As sacolas coloridas também ajudam outras mulheres como Camila e Mayara a gerar renda e muita autoestima.

"Não sabia nada. Ela [Elaine] que me ensinou. Na minha cabeça eu não conseguia fazer nada", afirma Camila Deveza, de 19 anos.

"Eu achava que não era para mim e ela [Elaine], não senta aqui, ela literalmente senta aqui, você vai aprender a costurar e me ensinou", diz Mayara Deveza Lima, de 21 anos.

Como sacolas coloridas geram trabalho, renda e muita autoestima para grupo de mulheres

Reprodução/TV Globo

Escola que forma técnicas em manutenção de computadores e empreendedoras

Projeto em Curitiba une tecnologia e criatividade buscando dar mais poder as mulheres

"Quem aprende não depende" é o lema do projeto que nasceu em Curitiba e está se espalhando por outras cidades brasileiras. A iniciativa transforma a sucata eletrônica que iria para o lixo em matéria-prima para bijuterias curiosas e motor de mudanças de vida de várias mulheres. Veja no vídeo acima.

Projeto em Curitiba une tecnologia e criatividade buscando dar mais poder as mulheres

Reprodução/TV Globo

Quem comanda é Gisele Lassere, de 40 anos, com experiência em Marketing e em Finanças, que precisou vencer o machismo e o etarismo para superar as pressões do mercado.

"Percebo que a principal barreira é o estigma de que a mulher não é capaz de ocupar certas posições de trabalho. Muitas chegam aqui dizendo que se sentem tão lixo quanto o lixo eletrônico. Então, a gente procura fazer uma rede de apoio e mostrar que o importante é resistir".

Projeto em Curitiba une tecnologia e criatividade buscando dar mais poder as mulheres

Reprodução/TV Globo

O grupo que cuida de quem cuida de outras pessoas

'Filhas da Mãe': Conheça o coletivo formado por cuidadores em Brasília

Em Brasília, o "Coletivo Filhas da Mãe" oferece apoio e cuidado para quem cuida de outros, com piqueniques, muitas conversas caminhadas, oficinas, e até carnaval.

"A gente muda uma sociedade quando a gente olha para a comunidade, ajudando as outras pessoas e não somente os nossos próximos. Puxar quem a gente não conhece também. Sair dessa sociedade da individualidade é contribuir para uma sociedade do cuidado", afirma a fundadora do coletivo Cosette Castro.

'Filhas da Mãe': Conheça o coletivo formado por cuidadores em Brasília

Reprodução/TV Globo

Veja a íntegra do programa abaixo:

Globo Repórter – Uma Puxa a Outra – 01/03/2024

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