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Política

Pai viu Edson Davi próximo ao mar no dia do desaparecimento; polícia investigou e descartou denúncias sobre sequestro

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Funcionário do pai do menino diz que alertou a criança sobre o mar ser perigoso, e que via a criança no mar, muitas vezes sozinha. Desaparecimento completou um mês no último domingo. Linha de investigação da polícia é de afogamento. Edson Davi da Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu na praia da Barra da Tijuca

Reprodução

Mais de um mês depois do desaparecimento do menino Edson Davi, na praia da Barra da Tijuca, depoimentos indicam que o próprio pai da criança e um funcionário da barraca viram o menino na água ou na beira do mar na tarde em que ele desapareceu.

Para a Polícia Civil, a linha de investigação mais forte é que Edson Davi foi vítima de afogamento, em uma tarde com bandeiras vermelhas, que indicavam que o mar não estava próprio para mergulho na praia da Zona Oeste.

Funcionários de barracas vizinhas inclusive alertaram o menino, que pediu uma prancha de surfe emprestada.

Imagens mostraram menino na beira d'água pouco antes do seu desaparecimento

Polícia amplia buscas pelo menino Edson Davi com voos de helicóptero e câmera termográfica

Área vasculhada na busca por Edson Davi em janeiro: bombeiros fizeram buscas por sete dias seguidos

Divulgação

As principais hipóteses dos investigadores são de que o menino tenha sido levado pela correnteza no mar revolto, ou que o corpo do menino tenha ficado preso nas pedras da região do Quebra-Mar.

Bombeiros fizeram buscas por sete dias consecutivos em uma área de dois quilômetros, duas vezes por dia, mas não encontraram qualquer sinal dele.

"Nunca houve suspeita de sequestro, pois tecnicamente, pela análise das imagens, ele não saiu da praia. As testemunhas, por sua vez, o colocam indo em direção ao mar, pedindo prancha para ir para a água. A visibilidade dos banhistas à água estava restrita", explicou a delegada Elen Souto, responsável pelas investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

"O próprio pai afirmou isso em suas declarações, não havia visão do mar pelo desnível. Some - se a isso o vídeo dele, sozinho, à beira da água, embaixo da bandeira vermelha. A vala em frente à barraca do pai estava com 4 bandeiras de alto risco", pontuou a delegada.

O garoto utilizava uma roupa contra radiação UV, que não se decompõe, o que pode dificultar o encontro do corpo.

A delegacia recebeu e checou denúncias que apontavam que o menino teria sido visto na própria Barra da Tijuca, dois dias depois do desaparecimento.

Foram registradas ainda denúncias de que Edson estaria em Fortaleza, São José dos Campos e em um avião que ia de Recife para Confins, em Minas Gerais.

Neste último caso, a Polícia Federal fez a abordagem de um casal que estava com uma criança parecida com a vítima desaparecida. Edson Davi não foi encontrado em nenhum desses casos.

Procurado, o pai de Edson Davi não atendeu às ligações do g1.

Pai e funcionário apontam menino na água

O desaparecimento do menino Edson Davi completou um mês

A mãe de Edson Davi, Marize Araújo, afirmou no dia que o desaparecimento completou um mês, que não acreditava na hipótese de afogamento, e sim no possível sequestro do filho:

"Meu filho não foi afogado, foi levado por alguém. A câmera do posto 4 não está funcionando. Não tem testemunhas do afogamento, nem os bombeiros. O corpo do meu filho não foi achado para eu enterrar. Eu estou definhando, vivo dopada. Só quero respostas, saber onde meu filho está", desabafou a mãe Marize Araújo.

Entenda a linha do tempo, com os depoimentos em delegacia e informações da investigação até o momento:

14h00

Antes de sumir na Barra da Tijuca, menino pediu prancha emprestada a dono de barraca

Um funcionário de uma barraca que fica a 90 metros da barraca de Edson relatou à polícia que Edson Davi foi sozinho até lá e pediu uma prancha emprestada.

O item foi negado pelo dono do estabelecimento e pelo seu funcionário. "Não posso emprestar, pois o mar está bravo", disse Ricardo Luiz Figueiredo, em seu depoimento.

14h30

Edson Lima leva o filho para comer um açaí no quiosque do Fabinho. Depois disso, o pai afirma que ambos desceram novamente para a barraca. O pai estava sozinho cuidando do atendimento na barraca e na preparação das bebidas. Ele diz que o filho ficou jogando no celular.

15h26

Jefferson, funcionário de Edson, disse que viu o menino de seis anos sozinho na água. No primeiro depoimento, ele dizia que o menino poderia ter sido levado por uma família de argentinos que estava na praia. Edson Davi jogou futebol com as crianças da família.

Em um segundo depoimento, no entanto, relatou:

"o desaparecido, apesar de ter medo do mar, frequentemente ia à água nas oportunidades que ficava com o pai durante o expediente do mesmo na barraca na praia. E que, apesar de não entrar totalmente, Davi sempre ia até o mar, e muitas vezes sozinho"

15h57

Momento em que o menino Édson Davi Silva Almeida volta para a areia

Reprodução

Edson Davi sobe e vai pelo calçadão. Imagens de câmeras mostram a movimentação da criança. O menino pede a prancha emprestada mais uma vez para o funcionário da barraca vizinha.

16h00

Funcionários de quiosque disseram à polícia que jogaram altinha com Edson Davi até aproximadamente 16h20.

Já o pai afirma que Edson Davi foi comer na barraca da família.

16h20

Imagens mostram menino de 6 anos pouco antes de desaparecer na Praia da Barra

Logo depois, o menino joga altinha com filhos de uma família de argentinos que estava na praia. Jefferson afirma que viu Edson Davi entrar no mar, e que disse para ele sair da água. O funcionário afirma que o pai não viu a criança entrar no mar.

16h38

Caso Edson Davi: polícia localiza família de argentinos que brincou com menino na praia

Família de argentinos deixa a praia e vai em direção ao hotel, onde chega pouco antes das 17h. Posteriormente, por conta das denúncias de sequestro, a polícia foi até o hotel, e não encontrou nenhum vestígio de Edson Davi.

16h47

Edson é visto na barraca, na foto em que supostamente aparece de cabelos supostamente secos. Segundo a delegacia, no entanto, nem o pai dele e nem o funcionário o viram no local.

17h20

Menino Edson Davi na beira d'água pouco antes do seu desaparecimento

Mãe de Edson Davi liga para Edson, que percebe que não sabe onde está o filho, pois parou de ouvi-lo brincar com a bola. Em seu depoimento, ele mesmo afirma que pediu a um funcionário para procurá-lo no mar:

"Percebeu que não havia mais nenhuma movimentação de bola e pediu para Jeferson verificar na água ; que o declarante esclarece que não tinha qualquer visibilidade da água, pois havia um barranco que o impedia de ver o mar, razão pela qual solicitou a Jefferson que descesse o barranco para ver o mar"

17h47

Edson Almeida aparece no quiosque do Fabinho, procurando pelo filho. A família afirma inicialmente que o filho foi sequestrado. Não houve buscas dos bombeiros no final da tarde e na noite do dia 4 de janeiro, quando o menino desapareceu.

Vídeo mostra câmera usada em helicóptero nas buscas pelo menino Edson Davi

G1 nacional

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