Em Maceió, mina que fica perto da que desabou no fim de 2023 está se movimentando
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Os dados apurados por um sonar revelaram que as minas 20 e 21 se transformaram em uma única cavidade gigante, de acordo com um relatório realizado por uma empresa contratada pela Braskem. Em Maceió, mina que fica perto da que desabou no fim de 2023 está se movimentandoJornal Nacional/ ReproduçãoEm Maceió, uma mina que fica perto da que desabou no fim de 2023 está se movimentando.A Braskem contratou uma empresa que produziu o relatório. O documento foi entregue, na quinta-feira (25), à gerência regional da Agência Nacional de Mineração, em Alagoas. Os dados apurados por um sonar revelaram que as minas 20 e 21 se transformaram em uma única cavidade gigante, abaixo do fundo da Lagoa Mundaú. O buraco fica próximo da mina 18, que colapsou no dia 10 de dezembro, no bairro Mutange. O desabamento causou uma movimentação na água da lagoa, que ficou borbulhando.O novo buraco tem cerca de 96 m de largura por 120 m de altura. À medida que o teto da cratera vai cedendo, o buraco se aproxima da superfície. Hoje, ele está há pouco mais de 700 m e segundo o relatório, em quase um ano, o teto cedeu cerca de 10 m, ou seja, ficou 10 m mais próximo da superfície. O geólogo da USP Edilson Pizzato afirma que agora são necessários novos estudos para entender por que o buraco das minas 20 e 21 está aumentado e se ela também pode desmoronar, como a 18. "O principal que a gente pode observar nesse relatório apresentado é que há o risco de a mina colapsar, porque ela apresenta uma evolução. Essa evolução é ascendente em relação à superfície. Então existe esse risco. O que não dá para cravar é quanto tempo isso vai acontecer, como vai acontecer, porque é cedo para dar um prognóstico preciso", explica Edilson Pizzato. A Defesa Civil estadual diz que não há risco para as pessoas. Mas os danos ambientais podem comprometer mais ainda todo o ecossistema da Lagoa Mundaú. "Essa mina vai continuar causando muitos danos, especialmente aos pescadores, as marisqueiras, a navegação ali na região da Lagoa Mundaú. Esse é o principal dano. O dano ambiental é incalculável, porque atinge diretamente a Lagoa Mundaú", fala o coord. defesa civil estadual/AL Moisés Melo. A região começou a ser explorada na década de 1970, por uma empresa que foi incorporada pela Braskem em 2002. Das 35 minas, com profundidades de até 1, 2 mil metros, era extraído o sal-gema - a matéria-prima usada na produção de cloro, soda e PVC. Os problemas começaram em 2018, causando rachaduras em ruas, casas e prédios de cinco bairros de Maceió. Em 2019, a mineração foi interrompida. Toda a área já foi desocupada. São quase 60 mil pessoas prejudicadas e 55 mil tiveram de deixar suas casas e comércios. A Braskem declarou que o relatório é preliminar e está sendo analisado, que as cavidades estão preenchidas com salmoura e que são permanentemente monitoradas. Segundo a Braskem, não há nenhum registro atípico de sísmica ou de movimento relevante. Se houver qualquer movimentação atípica da cavidade, mesmo que em profundidade, o sistema detectará. E que as cavidades estão localizadas dentro da área de resguardo que está totalmente desocupada desde abril de 2020. LEIA TAMBÉMMinas que se conectaram e estão se movimentando formam cratera maior do que a que colapsou em dezembro em Maceió