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Política

Oficina de Goiás que fez modificação em BMW onde jovens morreram em SC terceirizou serviço para equipe "preparada", diz defesa

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Perícia apontou que falha em peça instalada causou vazamento de monóxido de carbono e causou morte dos jovens. Dono da oficina deve prestar um segundo depoimento. O advogado da oficina de Goiás que fez modificações na BMW em que quatro jovens morreram em Santa Catarina diz que o serviço foi terceirizado para uma equipe preparada. Ele rebate a declaração do delegado responsável pelo caso de que a peça instalada tenha sido fabricada de forma caseira. Segundo a perícia, devido a uma falha na peça, os jovens morreram por intoxicação.

A oficina fica em Aparecida de Goiânia e a modificação aconteceu em junho de 2023. Na ocasião, foi instalado uma peça chamada downpipe para aumentar o ronco do motor. Além da modificação feita na cidade goiana, o carro passou por outras alterações anteriormente em oficinas de Minas Gerais.

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Em entrevista coletiva sobre o caso, o delegado Vicente Soares disse que a peça era "caseira". "[O dono da oficina] relatou que eles manufaturam esse downpipe na própria oficina, eles constroem esse downpipe. Não foi um downpipe comprado em uma indústria, em uma fábrica, como existem. Existem downpipes feitos em indústrias. Esse era de certa forma caseiro e ele foi instalado", afirmou o delegado.

Jovens que morreram intoxicados com monóxido de carbono dentro de BMW

Redes Sociais/Reprodução

O advogado David Soares, que representa o dono da oficina goiana, disse que a fala do delegado está enganada.

"É importante explicar que a empresa é de estética automotiva, então ela trabalha com diversos tipos de serviços, desde uma lavagem especializada até micropinturas. Agora, quando o serviço ou o cliente exigem um serviço ainda mais especializado, como a troca de escapamento, são usados serviços terceirizados, que são realmente preparados para isso. Não como equivocadamente explicou o delegado, serviço caseiro. São empresas preparadas e que têm o know-how [conhecimento] para fazer o serviço", disse.

O advogado, no entanto, disse não ter o nome da empresa terceirizada que fez o serviço de produção e instalação da peça. Com isso, o g1 não conseguiu pedir um posicionamento para os responsáveis até a última atualização dessa reportagem.

O dono da oficina deve prestar um segundo depoimento nesta segunda-feira (15) à Polícia Civil de Santa Catarina. A defesa disse ainda que não teve acesso a toda investigação para poder dar mais detalhes sobre o caso.

"Estamos com a expectativa positiva, o trabalho prestado foi feito com muita experiência e há mais de 7 meses. Por que daria problema só agora? Temos que ter acesso a perícia e entender os fatos, nossa intenção é a elucidação dos fatos", afirmou o advogado.

BMW estacionada em rodoviária de Balneário Camboriú onde corpos foram achados

Felipe Salles/NSC TV

A intoxicação

As mortes aconteceram no dia 1º de janeiro, em Balneário Camboriú (SC). Os jovens foram encontrados desmaiados na BMW, estacionada dentro da rodoviária da cidade. Eles chegaram a ser socorridos, mas as mortes foram confirmadas ainda no local.

As vítimas são: Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, de 19; Tiago de Lima Ribeiro, de 21; e Nicolas Kovaleski, de 16.

Na sexta-feira (12), as forças de segurança de Santa Catarina fizeram uma coletiva para dar algumas explicações do caso. Uma das confirmações, obtidas com os resultados de laudos da perícia, foi que os quatro jovens morreram por conta de uma intoxicação causada por monóxido de carbono.

O monóxido de carbono deveria sair pelo escapamento do carro, mas segundo acredita a polícia, por conta das modificações, o gás não conseguiu sair completamente, ficando preso dentro do veículo. Como o gás não tem cheiro, as vítimas inalaram até morrerem.

G1 nacional

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