Os protestos contra o assassinato da artista venezuelana que viajava sozinha pelo Brasil espalhando alegria
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Na semana passada foi encontrado o corpo da artista Julieta Hernandez, a palhaça Miss Jujuba. Feminicídio da artista circense Julieta Hernández põe em discussão os direitos da mulherO direito básico de ir e vir, a liberdade de viajar. Muitas vezes tudo isso é desrespeitado quando quem bota o pé na estrada é uma mulher.Na semana passada foi encontrado o corpo da artista Julieta Hernandez, a palhaça Miss Jujuba, que foi homenageada nas ruas de todo o Brasil. Mais uma vítima de feminicídio. Tinha 38 anos."Era pessoa de luta, de luz, que estava em espaços que muitas vezes não têm um olhar de ninguém", diz Theo Oliveira, artista circense. A arte e a vida da Julieta estão em todos os lugares por onde ela passou."Pra mim, ela era um espírito de outro tempo, sabe? O circo, o teatro, os bonecos são linguagens ancestrais. Para mim, Julieta foi um espírito ancestral", destaca Rocio Paredes, palhaça e marionetista. Feminicídio da artista circense Julieta Hernández põe em discussão os direitos da mulherReprodução/TV GloboChegada ao BrasilCicloviajante, nômade, palhaça, bonequeira... Migrante. A artista venezuelana chegou ao Brasil em 2015. A cada parada, ela arrancava sorrisos ao dar vida para Miss Jujuba - uma palhaça desengonçada que carregava sonhos e fantasias em sua bicicleta.Julieta saiu pedalando do Rio de Janeiro em uma rota que a levaria até a casa da mãe, na Venezuela. Ela passou por cidades do Maranhão e do Pará, até chegar ao Amazonas. Ela tinha uma rede de apoio importante, o grupo "Pé Vermêi", formado por artistas e cicloviajantes que pedalavam pelo país."A gente sempre se mantinha em contato. Compartilhava localização, falava em que região estava, e sempre que possível avisava quando não ia ter sinal. A gente sabia que onde ela estava tinha sinal", diz Ana Melo, artista de rua. Feminicídio da artista circense Julieta Hernández põe em discussão os direitos da mulherReprodução/TV GloboFeminicídio Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro, em Presidente Figueiredo, no Amazonas. O corpo foi encontrado dia 6 de janeiro, duas semanas depois.Essas mulheres se uniram pra descobrir onde Jujuba estava, até chegar a notícia de que tinha acontecido esse feminicídio. Um casal confessou o crime e foi preso pela polícia.Os perigos contra a mulher viajanteA Jussara criou uma plataforma para conectar e orientar mulheres viajantes."A viagem solo na vida de uma mulher é muito transformadora. Você vê que você pode, que você tem autonomia, que o mundo é bom, você tem boas conexões. E essa morte eu vejo como um reflexo da cultura violenta com a mulher, não com a mulher viajante", Jussara Botelho, empresária. A meta da Nataly é conhecer sozinha todos os países do mundo. Ela conta que já visitou 180. Só faltam 23. "A questão não é viajar sozinha, acompanhada ou desacompanhada. A questão é ser mulher. Nós mulheres também lidamos com a questão do machismo. E também sendo uma mulher negra, então além do machismo e de todas essas situações na estrada também tem o racismo". Ouça os podcasts do FantásticoISSO É FANTÁSTICOO podcast Isso É Fantástico está disponível no g1, Globoplay, Deezer, Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts e Amazon Music trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATAO podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTAO podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito.