Prefeitura é condenada a indenizar em R$ 60 mil filha de idosa que morreu após infarto
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Nutricionista alega que profissionais da UPA Zona Leste tiveram falha no protocolo de atendimento. Jandira da Silva tinha sintomas de infarto, mas recebeu pulseira verde (baixa gravidade) em UPA de Santos (SP)Arquivo pessoalA Prefeitura de Santos, no litoral de São Paulo, foi condenada a indenizar em R$ 60 mil a filha de uma idosa que morreu vítima de um infarto em 2019. A nutricionista Sabrina da Silva Oliveira, de 37 anos, alegou que a mãe buscou atendimento médico duas vezes no Pronto-Socorro da Zona Leste, com sintomas, mas teria sido negligenciada. A prefeitura informou que recorrerá da decisão.? Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp."Eu sou da área da Saúde. Não vou dizer que é um despreparo. Porque se eu, no primeiro momento, já sabia que seriam sintomas de infarto, como um médico e enfermeiro não sabem? O meu sentimento foi de descaso, desdém, falta de humanização", disse Sabrina ao g1. Jandira da Silva teve sintomas como dores no peito, nas costas, falta de ar e pressão alta no dia 2 de agosto de 2019. Ela foi medicada no PS da Zona Leste, medicada e liberada. Na ocasião, ela recebeu pulseira de identificação de caso pouco urgente. Após sentir ânsia e vomitar em casa, ela retornou para um segundo atendimento, quando foram realizados exames.Com o resultado dos exames, a família foi informada de que ela precisaria ficar internada na emergência do PS até que surgisse vaga em UTI em um hospital. Ela foi para casa e, somente no dia 4, surgiu a vaga na Santa Casa de Santos. Na ocasião, a idosa apresentava confusão mental e passou por uma tomografia, que nada apontou, segundo a família. No dia seguinte, Jandira fez um cateterismo. Na mesma data, ela teve uma convulsão e parada cardiorrespiratória. A idosa não resistiu.Processo Indignada, Sabrina processou a Prefeitura de Santos e o hospital requerendo indenização de R$ 80 mil por danos morais. A Justiça considerou que a mulher não comprovou uma falha no atendimento na Santa Casa. Apesar disso, condenou em primeira instância a prefeitura."Não tem um dia que eu não lembre, pense na minha mãe e tudo que aconteceu após a morte dela. Eu tinha meu pai, que tinha 85 anos, e morreu ano passado. Ele ficou tão debilitado após a morte da minha mãe", lamentou. Ao g1, o advogado Dave Lara aponta que a mãe de Sabrina tinha um quadro cristalino de infarto e, mesmo assim, os médicos a mandaram voltar para casa mais de uma vez. "O que ela queria, na verdade, é que se reconhecesse que a mãe dela não precisava ter morrido se houvessem seguido os protocolos, que deveriam ter sido feitos. A indenização é outra coisa, não vai trazer a mãe dela de volta", afirmou.HospitaisQuestionada, a Santa Casa de Santos disse que apresentou defesa argumentando que a paciente recebeu toda a atenção que seu quadro clínico exigia, inclusive com a adoção do protocolo de infarto. Em nota, a Prefeitura de Santos informou que ainda não foi intimada, mas que recorrerá. A reportagem entrou em contato com a Santa Casa de Santos para uma manifestação sobre o processo e aguarda retorno. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos