AVC em crianças é considerado raro: entenda quando ele pode ocorrer e como agir para evitar sequelas

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AVC em crianças é considerado raro: entenda quando ele pode ocorrer e como agir para evitar sequelas
Paranaense Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, morrei após AVC. Ela se queixou de dores de cabeça, desmaiou e foi levada para o hospital. Dois dias depois, a morte foi confirmada. Neurologista explica causa de AVC em crianças; casos são considerados raros

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como derrame, é considerado entre os especialistas como uma das principais causas de morte no Brasil. Foram 89 mil óbitos registrados em 2023, conforme o Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil e segundo a Rede Brasil AVC.

Em crianças, o diagnóstico é considerado raro, de acordo com a comunidade médica, uma vez que a incidência está, geralmente, ligada diretamente ao estilo de vida que a pessoa leva na fase adulta.

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O AVC ocorre quando há interrupção ou redução significativa da circulação de sangue no cérebro, fazendo com que as cédulas fiquem sem oxigênio. Outra situação que provoca o AVC, segundo os médicos, é quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral.

O neurocirurgião Dr. Luis Alencar Biurrum Borba explica que quanto mais rápido e precoce o atendimento, maior a chance de reversão de sequelas ou ainda evitar a morte.

"Hoje, se nós conseguirmos atender um paciente em uma janela mais curta - entre três e seis horas, conseguimos reduzir muito os déficits neurológicos", disse.

Conforme ele, a principal causa em crianças está ligada à má formação vascular, além de alterações no sistema imunológico ou infecções como meningite e varicela.

O caso da paranaense Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um AVC na segunda-feira (8), trouxe à tona a discussão sobre a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral na infância.

A família da menina contou que ela se queixou de dores de cabeça em casa e desmaiou. Ela foi levada ao hospital onde foi constado sangramento no cérebro.

Ainda conforme a família, não havia uma condição pré-existente que poderia ter provocado o AVC. Os médicos que atenderam ela consideraram uma fatalidade.

Menina de 8 anos morre após sofrer AVC durante internamento em Londrina

Arquivo pessoal

A tia da menina, Adriana Silva Adriano, afirmou que Maria não tinha nenhum histórico de queixas ou até mesmo de problemas ligados à saúde.

O laudo apontou que houve um aneurisma - dilatação dos vasos sanguíneos - que se rompeu e se espalhou no cérebro.

Maria Julia de Camargo Adriano junto com a mãe e o pai dela

Arquivo pessoal

Má formação vascular

Conforme Borba, o aparecimento aneurisma (dilatação de uma artéria do cérebro) em crianças está ligado a má formação dos vasos sanguíneo. Ele pode causar o rompimento da artéria, causando hemorragia no cérebro, gerando sérios problemas.

"A hemorragia, que foi o caso dela [Maria] é geralmente associada a algum tipo de má formação vascular. São más formações congênitas ou que são adquiridas na evolução com o passar do tempo", explicou.

Em outros casos, segundo Borba, um tumor também pode estar associado ao sangramento, ou até mesmo com histórico familiar com doenças hematológicas.

"Sempre quando houver AVC a gente tem que investigar uma causa secundária para ter o tratamento de forma mais eficiente", explicou.

Avanço no tratamento

Um estudo revelado pela revista científica Lancet Neurology, no final de 2023, apontou que o AVC pode causar cerca de 10 milhões de mortes no mundo por ano até 2050.

91% das mortes pela doença ocorrerão em países de baixa e média renda, conforme os especialistas.

Segundo o Borba, tecnologias e procedimentos avançaram na medicina e é possível corrigir o problema de uma veia entupida, por exemplo, com o uso de cateteres guiados por monitores.

"É feita a retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, voltando assim ao normal. Além disso, também há medicações que podem ser feitas - inclusive no pronto-atendimento - com a reversão completa do déficit neurológico", disse.

O atendimento ao paciente que tiver com o diagnóstico pode ter o tratamento coberto pelo Sistema único de Saúde (SUS) e realizar o procedimento.

Sinais do AVC

No primeiro sintoma, o paciente deve ser levado com urgência ao hospital. Os sintomas aparecem sempre subitamente e são:

Fraqueza ou dormência de um lado do corpo;

Dificuldade para falar, entender, enxergar e andar;

Tontura ou falta de coordenação;

Dor de cabeça explosiva, intensa.

Não existe uma ordem e os sinais podem aparecer isoladamente. Lembre-se que eles ocorrem sempre de uma forma súbita, ou seja, de repente, conforme Borba.

Neurologista fala sobre os sinais do AVC

Tratamento

Depois de feito o tratamento cirúrgico ou medicamentoso, a recuperação deve evoluir gradativamente com hábitos saudáveis, segundo o neurologista.

Entre as ativadas estão exercícios físicos, boa alimentação, o não uso de drogas, bom sono, leitura e jogos recreativos.

"Geralmente no pós-operatório, o paciente vai se recuperando lentamente com estímulos neurais, com diversas atividades. O estudo, a música, a felicidade, o bem-estar, são ingredientes para evolução de melhora", disse

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Número de internações por AVC aumentou quase 40% em nove anos

Em nove anos, as internações de brasileiros que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) cresceram quase 40% no Brasil - passaram de 133 mil para 185 mil, segundo dados do Ministério da Saúde.

O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico.

O isquêmico é quando há um entupimento em uma artéria por trombose de sangue, por placas de gordura ou por espasmo da musculatura, que impedem a circulação do sangue no cérebro.

O hemorrágico é quando uma artéria se rompe e provoca sangramento no cérebro. As sequelas mais sérias são na locomoção.

O AVC é causado por uma interrupção do fluxo sanguíneo em parte do cérebro.

Banco de Imagens

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