Caso Edson Davi: polícia localiza família de argentinos que brincou com menino na praia

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Caso Edson Davi: polícia localiza família de argentinos que brincou com menino na praia
Polícia diz que afogamento é a principal linha de investigação. Dono de barraca disse, em depoimento, que menino pediu prancha emprestada 3 vezes. Polícia localizou família de argentinos que brincou com Edson Davi antes de desaparecimento

Reprodução

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros conseguiu localizar a família de estrangeiros que brincou com o menino Edson David antes dele ter desaparecido na última quinta-feira (4). Trata-se de uma família de argentinos que estava hospedada em um hotel na Barra. Eles não são suspeitos de envolvimento com o desaparecimento.

A família de Edson tinha mencionado os estrangeiros desde os primeiros dias após o desaparecimento. Os investigadores analisaram imagens da família deixando a praia e seguindo para o hotel onde estavam hospedados sem a presença de Davi e os investigadores conseguiram colher o depoimento do argentino que brincou por alguns minutos com o menino.

Ele se reconheceu nas imagens obtidas pela polícia e disse que jogaram bola por 20 minutos. Depois o homem, que estava acompanhado da mulher e de três filhos, foi para a cadeira dele e seguiu para o hotel. O argentino relatou ainda que não viu para onde foi o menino.

A policia ja analisou centenas de imagens de pelo menos sete pontos fixos que ficam no entorno do ponto do desaparecimento. Pelos depoimentos recentes e por todas imagens analisadas, incluindo videos recentes, os investigadores tentam cada vez mais esgotar a linha de rapto, uma vez que ate agora não ha qq indicativo ou prova que o menino tenha saido da areia

Menino Edson Davi na beira d'água pouco antes do seu desaparecimento

Imagens obtidas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) mostram o menino Edson Davi Silva de Almeida, de 6 anos, na beira d'água às 15h37 de quinta-feira (4) – cerca de 1 hora e 30 minutos antes do registro de seu desaparecimento na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Segundo testemunhas, um salva-vidas chegou a alertar a criança que ela deveria se afastar da água. Tanto a Polícia Civil quanto o Corpo de Bombeiros fazem buscas pelo garoto.

Um funcionário da barraca do próprio pai da criança também disse que chegou a alertar Davi que não era para brincar na beira d'água. Segundo ele, o menino tinha o hábito de ir sozinho ao mar.

De acordo com a polícia, nenhuma hipótese foi descartada, mas uma das principais linhas de investigação é a de um possível afogamento.

Pediu prancha emprestada 3 vezes

Em depoimento, o funcionário de uma barraca vizinha a do pai do menino disse que a criança pediu a prancha emprestada três vezes antes de desaparecer. De acordo com o barraqueiro, o menino ficava dizendo que sabia nadar.

O homem contou que recusou o pedido da criança e disse que não emprestaria a prancha porque o mar estava muito perigoso naquele dia. Duas bandeiras vermelhas indicavam uma enorme vala naquele trecho.

A barraca fica localizada a cerca de 70 metros do ponto onde a criança ficava com o pai.

A polícia tem refeito os passos do garoto em busca de pistas. Veja o que se sabe:

14h - garoto queria prancha: o menino vai até a uma barraca vizinha e pede prancha de bodyboard emprestada;

14h30 - criança faz lanche: Davi e o pai compram açaí em quiosque;

15h37 - menino na beira da água: imagens mostram Edson Davi brincando perto da água;

15h56 - Davi vai no calçadão: menino é flagrado indo sozinho ao calçadão em direção ao mesmo quiosque onde comprou açaí;

15h58 - criança retorna para areia: criança fala com funcionário de barraca vizinha à do pai e volta para a areia. Polícia acredita que ele pediu mais uma vez a prancha;

16h - menino volta a jogar bola: a investigação aponta que ele voltou para a areia para jogar bola. Família confirma que antes de sumir ele estava brincando com duas crianças;

16h30 - Davi aparece em foto: banhista tirou uma foto do garoto jogando bola com outros meninos, que estavam acompanhados de um homem, supostamente estrangeiro;

16h50 - estrangeiros vão embora: câmera registra que a família estrangeira foi embora. Davi não aparece deixando o local com eles;

17h47 - buscas por Davi: pai aparece em câmera procurando pelo filho no quiosque onde eles compraram açaí anteriormente.

Edson Davi Silva Almeida tem 6 anos

Reprodução/TV Globo

Investigação

Através das imagens recolhidas, os investigadores descobriram que Édson saiu da barraca do pai, que fica em frente ao posto de salva-vidas, andou cerca de 100 metros pelo calçadão até um quiosque na direção do posto 5 e desceu novamente para a areia no trecho onde o funcionário ouvido trabalha. Pouco depois, o menino desapareceu.

As câmeras também ajudam a esclarecer a suspeita de sequestro em relação ao momento em que Davi brincava com outras crianças. É possível ver a família deixando a praia sem a presença do menino.

Imagens mostram menino caminhando

Câmera de segurança registrou menino de 6 anos andando no calçadão antes de desaparecer na praia da Barra da Tijuca

De acordo com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), imagens de câmeras de segurança foram analisadas e mostram o menino caminhando pelo calçadão, por um percurso de cerca de 100 metros. Ele fala com um homem, e volta, depois, para a areia.

Os agentes continuam analisando imagens da região e ouvem testemunhas para localizá-lo. O Corpo de Bombeiros também foi acionado e realizou buscas no mar.

Edson Davi da Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu na praia da Barra da Tijuca

Reprodução

Últimas imagens

As últimas imagens conhecidas do menino, até os vídeos obtidos pela polícia, eram uma gravação feita pelo pai de Édson que mostrava ele jogando bola com outras duas crianças.

O menino acompanhava o pai, que trabalha como barraqueiro, e estava brincando na areia quando sumiu. A família afirma que as crianças estavam acompanhadas de um outro homem e acredita que ele pode ter sido levado.

Na ultima sexta-feira (05), funcionários da barraca prestaram depoimento na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. Eles contaram que o homem que estava com as crianças parecia ser estrangeiro. Imagens mostram, no entanto, que as crianças deixaram a praia antes de Édson descer em direção à areia.