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Política

Produtores de arroz começam replantio de área afetada por chuvas no Paraná

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No noroeste, maior produtor de arroz do estado, IDR afirma que perdas podem chegar a pelo menos 70%. Produtores de arroz começam replantio de área afetada por chuvas

A porteira fechada e a estrada de terra com marcas de pneus em Santa Mônica, no noroeste do Paraná, contrastam com a área coberta pela água, no mesmo lugar, há um mês.

A estimativa do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) era que o estado tivesse uma área plantada de 18 mil hectares. Com a chuva, boa parte da produção foi perdida.

Em todo o noroeste paranaense, quase 200 produtores de arroz foram afetados – um problema que se repete nos estados vizinhos.

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Hoje, o produtor rural José Vinicius Carraschi anda pela lavoura onde antes só era possível chegar de barco. O trabalho nesse momento é o de plantar o arroz para a próxima safra. Mas o clima continua prejudicando o agricultor.

"Onde foi perdido 100% estamos recomeçando de novo. O que sobrou dessa enchente, que não foi muita coisa, estamos com acamamento, por conta da chuva com rajadas de ventos fortes que 'tomba' esse arroz aqui. Para colher fica complicado e, com essa chuva, por ser banhado, não seca, então já tivemos uma perda [pela] enchente, agora mais um pouco desse arroz que deitou", diz Carraschi.

Na região noroeste do estado, perdas podem chegar em 70%

Reprodução/RPC

Hugo Winckler Godinho é engenheiro agrônomo do Deral e explica que a região não tem uma área tão expressiva de arroz a ponto das perdas refletirem no preço do produto. O problema, aponta, é que o mesmo problema atinge outros estados produtores como Santa Catarina e Rio Grande o Sul.

"Essas regiões têm uma área de arroz irrigado bastante grande e têm tido problemas de luminosidade, como nós estamos tendo aqui, e muitas vezes até alagamento de áreas - com isso, aumentando o custo para o produtor e, consequentemente, dificultando a produção aqui", detalha.

Em uma propriedade em Santa Mônica, estavam plantados 300 hectares de arroz irrigado. Com a cheia do rio Ivaí no começo do mês de novembro, cerca de 200 hectares foram perdidos.

O trabalho agora é de replantio para colher somente em maio de 2024.

"Na nossa região aqui, que compreende Santa Cruz de Monte Castelo, Querência do Norte, às margens do rio Ivaí, Santa Isabel do Ivaí e Planaltina, podemos ter certeza que teve uma perda nas lavouras de arroz entre 70 e 80%", diz Ricardo Domingues, engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural.

O produtor José Vinicius Carraschu diz que as perdas prejudicaram também os compradores.

"É ruim para eles, que também contavam com esse arroz, e ruim para nós, que não poderemos entregar", conta.

"A maior parte dessas lavouras não tem seguro agrícola, não têm Proagro, e o produtor terá que arcar com recursos próprios. Aqueles que conseguiram fazer custeio da lavoura vão ter que ter um amparo das instituições governamentais para prorrogar esse custeio com um prazo maior e talvez com juros bem menores", diz Domingues.

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