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Governador recriou a pasta extinta em 2019 por Witzel, e foi criticado por sindicato de delegados. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista à GloboNews no início de outurboGloboNewsA recriação da Secretaria de Segurança Pública do Rio, anunciada na segunda-feira (27) por Cláudio Castro, vai contra uma declaração de menos de dois meses atrás do próprio governador. Em 3 de outubro, durante uma onda de violência na Região Metropolitana, Castro disse em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews, que a secretaria "não faz a menor falta"."Tanto é que os números sem ela [Secretaria de Segurança Pública] são muito melhores do que quando ela existia", disse.Antes, segundo o governador, a instituição era um "órgão iminentemente político" do qual "vários saíram dali para serem deputados federais e deputados estaduais".A declaração foi citada em uma nota de repúdio divulgada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio (Sindelpol). "A experiência anterior - do exercício da política de segurança pública através de uma Secretaria de Segurança - demonstrou o total fracasso da ideia na qual o Governador agora volta a insistir, contrariando inclusive seus próprios discursos sobre a desnecessidade e a ineficiência de uma Secretaria Política de Segurança", diz a nota.O sindicato chama a Seseg de "malfadada": "Estrutura administrativa onerosa, lenta e ineficiente, que abrigava diversos apadrinhados políticos e que, em um passado próximo, seu fracasso culminou em uma intervenção federal, sem precedentes, na política de segurança do estado".Pasta extinta em 2019Com a decisão, as polícias Civil e Militar deixam de ser secretarias independentes e voltam a estar subordinadas à Seseg, que havia sido extinta pelo ex-governador Wilson Witzel em 2019. Depois disso, foi feita a divisão entre a Secretaria da Polícia Civil e a Secretaria da Polícia Militar e cada chefe de corporação ganhou status de secretário.O delegado federal Victor César dos Santos será o secretário de Segurança. O currículo do delegado de PF inclui prisão do bicheiro Rogério Andrade, coordenação de segurança na Jornada Mundial da Juventude e ações contra quadrilhas de traficantes. De 2021 até fevereiro deste ano, foi superintendente da Polícia Federal no DF indicado por Flávio Bolsonaro.Crise na segurançaO Rio de Janeiro passa por uma crise na segurança pública. Desde 6 de novembro, começou a valer o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do estado. A operação deve durar até 3 de maio de 2024 e foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Ao todo, segundo o Ministério da Justiça são empregados 3,7 mil militares das Forças Armadas, sendo:2.000 do Exército1.100 da Marinha600 da Aeronáutica