Empresário preso por suspeita de agiotagem em Franca, SP, ostenta vida de luxo nas redes sociais

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Empresário preso por suspeita de agiotagem em Franca, SP, ostenta vida de luxo nas redes sociais
Evanderson Guimarães é investigado por participar de quadrilha que movimentou R$ 36 milhões em três anos. Outras três pessoas também foram detidas e mais três estão foragidas. Polícia de Franca prende 4 pessoas suspeitas de emprestar dinheiro com juros de até 30%

Preso nesta sexta-feira (24), o empresário Evanderson Guimarães, dono de uma empresa de crédito suspeito de envolvimento em uma quadrilha de agiotas em Franca (SP), ostentava uma vida de luxo nas redes sociais.

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Em diversas publicações, ele aparece em carrões, usando roupas e relógios de marca, e em viagens pelo mundo. A megaexposição chamou a atenção do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

Preso nesta sexta-feira (24) em Franca (SP), Evanderson Guimarães ostentava vida de luxo nas redes sociais

Arquivo pessoal

Investigações apontam que o grupo que Evanderson fazia parte emprestava dinheiro a juros exorbitantes, de 8% a 30%. Eles são suspeitos de movimentar, ao menos, R$ 36 milhões em três anos.

Além do empresário, mais três pessoas foram presas na mesma operação. Outras três estão foragidas.

Evanderson Guimarães foi preso nesta sexta-feira (24) em Franca (SP), suspeito de agiotagem

Reprodução/EPTV

Nesta semana, dez integrantes de mais uma quadrilha que praticava agiotagem na região de Franca também foram presos.

A suspeita é de que, juntas, as duas organizações criminosas movimentaram quase R$ 60 milhões.

Carrões: empresário em Franca (SP) suspeito de agiotagem, Evanderson Guimarães ostentava luxo nas redes sociais

Arquivo pessoal

Negócio familiar

De acordo com o promotor Rafael Piola, do GAECO, a quadrilha de Evanderson começou como um 'negócio familiar', a partir de um tio do empresário.

"Seria um núcleo familiar, onde o tio seria quem iniciou essa organização e depois seu filho, sobrinhos passaram a trabalhar juntos. Em dado momento, começaram a sustentar um padrão de vida, não tinham atividade lícita para justificar isso, e começaram a chamar a atenção".

Evanderson Guimarães, preso por suspeita de agiotagem em Franca (SP), compartilhava vida de luxo nas redes sociais

Arquivo pessoal

As investigações também apontaram que o grupo agia com violência. Em um dos casos, os agiotas colocaram uma bomba na casa da mãe de uma devedora para forçá-la a pagar a dívida.

Com medo, a maioria das vítimas não procurava a polícia. A partir das prisões, no entanto, o Gaeco acredita que mais pessoas podem se dispor a falar.

"Com a deflagração da operação, com a prisão dos envolvidos, algumas já começaram a tomar coragem e trazer provas dessas violências e graves ameaças que ocorriam", diz Adriano Mellega, promotor do Gaeco.

Evanderson Guimarães, preso em Franca (SP) por suspeita de agiotagem, exibia vida de luxo com viagens e roupas de marca nas redes sociais

Arquivo pessoal

Suspeitos foram alvos da Operação 'Castelo de Areia'

A quadrilha, que cobrava juros abusivos e recorria a ameaças e violência para cobrar as vítimas, tinha atuação consolidada na cidade, com um controle efetivo dos clientes e uma tabela de juros bem definida.

Além das pessoas da mesma família, o policial civil Rogério Camillo Requel, exonerado desde setembro, também pode estar envolvido. Ele é considerado foragido desde o início da tarde de sexta-feira.

"Estavam cooptando agentes públicos, como um policial civil que enquanto estava na ativa efetivamente trabalhou pra eles, já tinha uma parte na sociedade", afirma Piola.

O grupo é suspeito de movimentar, ao menos, R$ 36 milhões em três anos. Os lucros obtidos, de acordo com a Promotoria, eram reaplicados no esquema ou então destinados para a abertura de empresas de fachada, na compra de veículos e imóveis, como forma de lavagem de dinheiro.

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