Beleza e corpo viraram mercadoria, alerta psicanalista após caso de influencer morta após lipoaspiração

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Beleza e corpo viraram mercadoria, alerta psicanalista após caso de influencer morta após lipoaspiração
Mais do que a perseguição por corpos magros e jovens, pressão estética também é sintoma de um padrão de beleza associado a valores relacionados ao luxo e produtividade, explica Joana Mendes. O caso da influencer de 29 anos Luana Andrade, que morreu nesta terça-feira (7) após passar por uma cirurgia de lipoaspiração, levantou novas discussões sobre a pressão estética e restrição dos padrões de beleza, que atinge sobretudo as mulheres.

Luana Andrade, ex-Power Couple Brasil, morreu aos 29 anos

Reprodução/Instagram

O Brasil está entre os países campeões de cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos. Para a coordenadora do núcleo de doenças da beleza da PUC Rio Joana Mendes, o ranking revela mais do que uma preocupação excessiva com uma aparência magra e jovem.

"Há uma equivalência entre beleza e o corpo enquanto mercadoria. Então, nesse sentido o valor de mercado se sobrepõe ao valor da vida nos tempos atuais", diz a psicanalista em entrevista a Natuza Nery.

"Comer saudavelmente, malhar, comer orgânico, comer light... a gente sabe que são luxos que não vêm uma cesta básica", avalia.

Segundo Joana, são hábitos que se tornaram indicadores de produtividade, tempo e dinheiro.

"O discurso dominante parte da premissa de que esse corpo está ao alcance de todos. E aí você cria todo um imaginário de profunda intolerância a todo mundo que desvia. Esse é o cenário que faz com que o sujeito não queira se sentir socialmente excluído."

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