Sem energia e água, moradores fazem fila com baldes em torneira de condomínio em SP; VÍDEO

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Sem energia e água, moradores fazem fila com baldes em torneira de condomínio em SP; VÍDEO
Energia do condomínio na Zona Norte da capital paulista está prejudicada desde a forte chuva da última sexta-feira (3); como consequência, o abastecimento de água também foi afetado. Moradores fazem fila para pegar água em torneira de condomínio na Zona Norte de SP

Sem energia elétrica há dois dias e com o abastecimento de água prejudicado, moradores de um condomínio no Jardim Francisco Mendes, Zona Norte de São Paulo, passaram a fazer fila neste domingo (5) para pegarem água encontrada na única torneira da Sabesp que tem no prédio.

Um vídeo enviado à reportagem do g1 mostra parte dos moradores com baldes, galões e garrafas pet próximo dessa torneira (assista acima).

Conforme o síndico, a energia do condomínio está prejudicada desde a forte chuva que atingiu a capital paulista na última sexta-feira (3). Como consequência, o abastecimento de água também foi afetado. São 17 blocos de prédios com cinco andares. Ao todo, o condomínio tem 320 apartamentos.

"Estamos desde de sexta sem energia e abastecimento de água, porque as bombas precisam de energia para abastecer os imóveis. São 320 famílias. Essa água da torneira é direta da rua, potável, mas para chegar nos reservatórios mais altos precisa do auxílio de bombas elétricas.", diz o síndico José Roberto de Oliveira Almeida,

"A situação dos idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas aqui é uma situação delicada, porque sem água as pessoas precisam se banhar, precisa se alimentar e a água é um elemento essencial para eles, principalmente para os doentes. Precisa ter uma atenção mais delicada. Aí tem essa torneira que o pessoal ", ressaltou José.

Moradores pegam água de torneira de prédio após 24 horas sem abastecimento em condomínio de SP

Arquivo Pessoal/José Robeiro Almeida

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A moradora Michelly de Moraes Maciel, 37 anos, diz que precisou levar alimentos da geladeira para serem guardados na casa de parentes.

"Banho também tomamos na casa de familiares. Comida tivemos que comprar alimentos não perecíveis e os outros tivemos que levar para a casa dos meus cunhados porque estávamos perdendo. Ainda tenho uma reserva em galões no meu apartamento, mas para banho vou ter que ir nos meus cunhados", relatou.

Moradores com baldes e garrafas em condomínio de SP

Arquivo Pessoal/José Roberto Almeida

O que diz a Enel?

Caixa d´água de condomínio na Zona Norte de SP

Arquivo Pessoal

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informou que "continua trabalhando incansavelmente nos reparos das ocorrências causadas pelas fortes chuvas e os ventos atípicos da última sexta-feira (3)".

"Essa foi a ventania mais forte dos últimos anos em São Paulo que atingiu de forma mais severa a rede de distribuição. Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram impactados desde sexta-feira. A Enel SP já normalizou o serviço para cerca de 1 milhão de clientes. A companhia está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais", diz a nota.

E complementou: "Devido à complexidade do reparo e a necessidade de reconstrução de trechos da rede, com substituição de cabos, postes e transformadores, alguns casos podem levar mais tempo. A expectativa é normalizar o fornecimento de energia para a maioria dos clientes afetados até a próxima terça-feira (7).A distribuidora está com uma mobilização total de equipes em várias frentes, como call center e operação, para esse atendimento e aumentou em mais de 3 vezes o número de profissionais em campo".

O que diz a Sabesp?

Em nota, a Sabesp informou que, em razão das fortes chuvas na tarde de sexta-feira, "a falta de energia paralisou as instalações e estações elevatórias da empresa, afetando o nível dos reservatórios e, consequente, o abastecimento de água em diversas regiões".

"Desde sexta-feira (3), a Sabesp está com equipes mobilizadas e em constante contato com as concessionárias de energia para restabelecer todas as instalações o mais breve possível e também adotou medidas operacionais para amenizar a situação".

Até a manhã deste domingo, ainda havia pontos sem energia, afetando o abastecimento das seguintes localidades: São Mateus, Itaquera, Vila Mariana,Vila Clara e Capão Redondo e, também nas cidades de Cotia, Osasco, Barueri, Taboão da Serra, Biritiba Mirim e Suzano.

Outras localidades tiveram a energia reestabelecida e os reservatórios estão em recuperação são elas: Santo André, Mauá, Diadema, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Guaianases, Americanópolis, Vila Clara, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jd Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chacara Flora, Santa Etelvina, Cidade Tiradentes e Morumbi, em São Paulo, estão em recuperação.

"O retorno da água aos imóveis acontecerá de forma gradual. Até a normalização total de todo sistema, é recomendável que os clientes façam uso consciente da água e priorizem o uso para higiene e alimentação. Lamentamos os transtornos. Estamos nossas equipes de campo mobilizadas para que os sistemas se normalizem o quanto antes", ressaltou a Sabesp, em nota.

Governo de SP confirma sétima morte

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O governo de São Paulo confirmou, na manhã deste domingo (5), a sétima morte em decorrência das chuvas fortes que caíram em boa parte do estado na tarde de sexta-feira (3).

De acordo com a gestão estadual, o sétimo caso ocorreu em Ilhabela. Uma embarcação naufragou e um dos tripulantes não resistiu. Outros dois foram socorridos e encaminhados ao serviço de saúde.

Além deste, uma pessoa em Limeira, atingida por um muro; uma em Osasco, após queda de árvore sobre um carro; uma em Santo André, atingida por destroços que caíram de um prédio; uma em Suzano e duas na capital, todas após quedas de árvores.

Veículo com cinco pessoas dentro é atingido por árvore na Zona Leste de São Paulo; duas pessoas morreram

Acervo pessoal

A Defesa Civil também atendeu cerca de 100 desabamentos em todo o estado, em ocorrências com danos em muros, casas e destelhamentos de imóveis.

Os sete óbitos, segundo a Defesa Civil, estão relacionados justamente às causas da chuva, como queda de árvores, muros e paredes. As mortes ocorreram nas seguintes cidades:

São Paulo: 2 pessoas faleceram na Zona Leste em virtude de queda de árvore sobre veículos na Av. Eduardo Sabino de Oliveira;

Osasco :1 pessoa morreu após a queda de uma árvore sobre um muro, que também atingiu um veículo na Av. Luís Rink;

Santo André :1 pessoa morreu após a queda da parede do 18º andar de prédio em construção na na Rua Mendes Leal;

Limeira :1 morte causada pela queda de um muro sobre pessoa no bairro Marajoara;

Suzano: 1 morte causada pela queda de uma árvore sobre a pessoa na Av. Antônio Marques Figueira, Vila Adelina.

IlhaBela: Embarcação naufragou e um dos tripulantes não resistiu. Outros dois foram socorridos e encaminhados ao serviço de saúde.

Telhado destruído pela chuva e os fortes ventos desta sexta (3) na Rua Freamunde, nº 328, Vila Campestre, Zona Sul de SP

Reprodução/TV Globo

Chuva e ventos fortes derrubam árvores na região do Parque da Previdência, na zona oeste da cidade de São Paulo

RONALDO SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO