Após mudança na produção, falta vacina contra a catapora em postos de Ribeirão Preto, SP

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Após mudança na produção, falta vacina contra a catapora em postos de Ribeirão Preto, SP
Anvisa suspendeu envio do imunizante em março deste ano, e estoques não foram renovados. Ministério da Saúde diz que situação deve ser normalizada até dezembro. Sala de vacina de posto de saúde em Ribeirão Preto, SP vacinação imunizante

Marcelo Moraes/EPTV

O pequeno Davi Lorenzo tomou várias vacinas durante a semana no postinho de saúde perto da casa dele em Ribeirão Preto (SP), mas ainda assim faltou uma dose importante: a do imunizante contra a varicela, popularmente conhecida como catapora.

"Está em falta a da varicela e eles falaram que não sabem quando vai chegar, que tem que ficar ligando todo dia para ver quando vai chegar a vacina. Já vai fazer dois meses que a minha irmã está tentando dar na nenenzinha dela e não consegue", diz a dona de casa Daiane Pereira de Albuquerque.

Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mudou o processo de produção da vacina em março deste ano, nenhuma nova dose foi enviada aos postos de saúde. Com o estoque sem reposição, estados e municípios ficaram sem oferta do imunizante.

Daiane Pereira de Albuquerque segura o filho, Davi Lorenzo, no colo em Ribeirão Preto, SP

Marcelo Moraes/EPTV

Sem a vacina contra a catapora para imunizar as crianças, os médicos alertam para um grave problema de saúde pública. É que o organismo humano não tem imunidade natural contra o vírus e a doença é extremamente contagiosa.

"A varicela não é uma doença banal. Ela pode ser banal, uma infecção com uma ou duas bolinhas, e a mãe nem percebe que a criança ficou doente. Mas também é muito comum que a criança tenha muitas bolinhas pelo corpo e isso pode fazer ela ficar com febre, diarreia e vomito, e ela pode ir para uma forma mais grave, com pneumonia, meningite, encefalite, que é uma infecção no cérebro, então não é uma doença banal", diz a médica infectologista e pediatra Silvia Fonseca.

As crianças precisam tomar duas doses: uma com um ano e três meses de idade e o reforço, aos 4 anos.

Cartão de vacina de Davi Lorenzo aponta falta de dose contra a catapora

Marcelo Moraes/EPTV

De acordo com a médica, a primavera é quando acontece o auge do período de transmissão. Mesmo com atraso, é importante imunizar. Enquanto isso, é preciso ficar atento aos sintomas e tentar proteger as crianças.

"Como é muito contagioso, normalmente quando começa a ter muito caso e não tem criança vacinada, muitas vezes as aulas são interrompidas. Eu acho que as mães têm que ficar muito em cima e, pelo amor de Deus, não usem essa tática de 'a filha do vizinho está com varicela, eu vou botar a minha para pegar também'. Não façam isso. A gente protege uma criança contra a varicela com vacina. No passado, quando a gente não tinha a vacina, muitas pessoas faziam isso, mas agora não", afirma Silvia.

O Ministério da Saúde informou que a previsão é de que a distribuição da vacina seja normalizada até o final do ano.

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