Caso Sophia: sem sucesso na polícia, perícia de celular do padrasto suspeito de matar e estuprar menina será feita pelo Gaeco
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Além do pedido para que o grupo do Ministério Público de Mato Grosso do Sul pericie o aparelho, vários promotores vão atuar junto ao processo para levantamento de informações. Sophia morreu aos 2 anos. Arquivo Pessoal/ReproduçãoApós a Polícia Civil informar não ter conseguido periciar o celular de Christian Campoçano Leitheim, suspeito de matar e estuprar a enteada Sophia Jesus Ocampo, o procedimento de quebra de sigilo foi encaminhado ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.O encaminhamento ao Gaeco foi feito pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, nesta quarta-feira (13). Em documento obtido pelo g1, o juiz aponta que a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul não conseguiu acessar ao celular do suspeito, que é peça chave no processo. Além da polícia regional, o smartphone de Christian também foi encaminhado para perícia no Paraná, que também não logrou êxito. "Decido em encaminhar ao Gaeco aludidos aparelhos para fins de tentar extrair os dados ou provas de interesse criminal no contexto deste processo", determinou o juiz. Suspeitos de cometerem o crime tiveram a prisão temporária convertida em preventivaRedes sociais Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.No mesmo despacho, o juiz manteve audiência de Stephanie e Christian para o 28 de setembro deste ano. Uma outra testemunha também deve ser ouvida no mesmo dia. Relembre o casoTrinta atendimentos antes de morrer. Socorrida já morta. Mãe e padrasto presos. Relato de homofobia contra o pai, que tentava a guarda. Os desdobramentos do caso Sophia mostraram que a menina era vítima frequente de violência, mas as autoridades não conseguiram agir a tempo de evitar a sua morte.Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu "violência sexual não recente".30 atendimentos antes de morrerMenina apresentava diversos ferimentos pelo corpoArquivo pessoal/ ReproduçãoAs idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela passou por 30 atendimentos médicos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia.A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) investiga se houve falhas nos atendimentos prestados à menina. O processo administrativo vai ouvir servidores públicos da Sesau para colher informações. Tudo que for coletado durante a investigação será enviado à Justiça e à Polícia Civil, segundo o secretário Sandro Benites.Igor de Andrade, companheiro do pai da menina, relatou ao g1 que eles tentaram conseguir a guarda da criança, mas um dos impedimentos seria a homofobia por parte da mãe da vítima.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: