Apoiado tanto por Bolsonaro quanto por Lula para a presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) revelou o que pensa sobre pautar o novo pedido de impeachment do petista, que será protocolado pela oposição esta semana. Motta disse a interlocutores que está “fora de cogitação” instaurar o processo de afastamento do presidente da República.
Sem entrar no mérito do pedido de impeachment, Hugo Motta afirmou que buscará dar governabilidade a Lula e, paralelamente, voz a opositores. Um afastamento do presidente, contudo, extrapolaria o que foi negociado nas tratativas para obter apoio de bolsonaristas ao comando da Câmara.
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Assinado até momento por 120 parlamentares, o pedido de afastamento tem como base irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no programa Pé de Meia, do Ministério da Educação. A oposição argumenta que o governo Lula teria incorrido em bilionária pedalada fiscal, prática que levou ao afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
O sinal de que Hugo Motta está próximo de Lula foi dado pelo próprio deputado no discurso de posse na Câmara. Em sua fala, Motta invocou Ulysses Guimarães e disse ter “ódio e nojo da ditadura”, ao passo que finalizou com um “ainda estamos aqui”, em alusão ao filme “Ainda estou aqui”, protagonizado por Fernanda Torres.
Manifestações
Até mesmo aliados de Motta favoráveis ao impeachment avaliam não haver clima para uma ofensiva do chefe da Câmara contra Lula no momento. Esse grupo acredita, porém, que um eventual clamor das ruas poderá pressionar o chefe da Câmara com o passar do tempo.
Para isso, organizam manifestações contra o petista. Atos estão sendo convocados para março.
Metropoles