Embalagens de delivery e pinos de drogas: Veja o ranking dos 10 lixos mais encontrados em águas brasileiras

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Embalagens de delivery e pinos de drogas: Veja o ranking dos 10 lixos mais encontrados em águas brasileiras
Projeto Blue Keepers, do Pacto Global da ONU Rede Brasil, realiza um trabalho de mapeamento do lixo de ambientes aquáticos de 16 cidades do país. Municípios de Santos e Itanhaém estão na lista. Lixo em mangue da Zona Noroeste de Santos

Divulgação/EcoFaxina

O mundo já declarou guerra ao canudo de plástico, mas a discussão deve se estender às embalagens de delivery e pinos para o uso de drogas, que também estão entre os itens mais encontrados nas praias, rios e manguezais do Brasil. Um projeto ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) mapeou o lixo em 16 cidades do país, entre elas Santos e Itanhaém, no litoral de São Paulo.

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O Blue Keepers, que é um projeto do Pacto Global da ONU Rede Brasil, coletou, contou e classificou mais de 55 mil lixos nas águas do país. O estudo começou em 2022 e continuará sendo realizado até que os pesquisadores consigam dados de todo o território nacional.

Confira o ranking dos 10 lixos mais encontrados no Brasil:

Fragmentos de plástico em geral (7.991 itens)

Cigarros, filtros e bitucas (6.263)

Fragmentos de isopor granulado (2.856)

Tampas plásticas de garrafas de bebidas (2.843)

Fragmentos de embalagens delivery, feitas de isopor liso (2.482)

Pinos plásticos para o uso de drogas (2.030)

Cotonetes (1.585)

Tampas metálicas de garrafas de bebidas (1.481)

Canudos (1.445)

Tampas de plástico em geral (1.205)

Lixo na Orla de São Vicente (SP)

g1 Santos

Ao contar apenas os 10 itens mais encontrados, o total foi de 30,1 mil lixos recolhidos. O projeto, no entanto, já coletou mais de 55 mil lixos.

Além de Itanhaém e Santos, as coletas também foram feitas nas seguintes cidades: Manaus (AM), Caucaia (CE), São Gonçalo do Amarante (CE), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Brasília (DF), Serra (ES), Arraial do Cabo (RJ), Armação de Búzios (RJ), Iguaba Grande (RJ), São Pedro da Aldeia (RJ), Cabo Frio (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).

Litoral de SP

Em Santos, o número de 2.369 itens de madeiras processadas chamou atenção. Isto aconteceu, de acordo com o Blue Keepers, porque grande parte das coletas do município foram feitas em manguezais.

119 kg de lixo retirados de praia de Santos, SP

Divulgação/Prefeitura de Santos

Depois da madeira, aparecem os pinos plásticos para o uso de drogas com 1.830 unidades. Em seguida, estão 1.383 mil embalagens de delivery, 1.091 fragmentos de isopor de proteção de objetos (granulados ou lisos), 1.005 cotonetes e 924 fragmentos de isopor não identificado.

Além disso, foram encontrados 760 fragmentos de madeira, 705 tampas de garrafa de bebidas, 615 sacolas plásticas e 425 fragmentos de plásticos rígidos não identificados. Este são os dez itens mais encontrados no município. Veja o ranking abaixo:

Ranking dos 10 lixos mais encontrados nos ambientes aquáticos de Santos (SP)

Divulgação/Blue Keepers

Em Itanhaém, os cigarros, filtros e bitucas foram os mais encontrados, com 172 itens. Em seguida, estão os fragmentos de plástico mole não identificados (161 unidades), canudos (24), garrafas PET de até dois litros (20), copos descartáveis (10) e embalagens de balas e doces (8).

No ranking dos dez mais encontrados, também estavam as boias de isopor para pesca (6), fragmentos de látex e borracha (6), bexigas (5) e pinos para o uso de drogas (5). Confira abaixo:

Ranking dos 10 lixos mais encontrados nos ambientes aquáticos de Itanhaém (SP)

Divulgação/Blue Keepers

Impacto

Em nota, o Blue Keepers explicou que os fragmentos de plásticos representam mais de 15% do ranking. De acordo com especialistas do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo (USP), quanto menor o fragmento de plástico, maior o dano ambiental. Isto, conforme divulgado pelo Blue Keepers, prejudica a fauna marinha e a saúde humana.

Voluntários retiram mais de 430 kg de lixo de manguezal da Zona Noroeste de Santos (SP)

Divulgação/Instituto Ecofaxina

Ainda segundo o projeto, os dados podem dar respaldo para ações do governo brasileiro e setor privado.

O objetivo é fazer com que pensem alternativas que abordem o design dos produtos, uso de materiais reutilizáveis e recicláveis, além da necessidade de uma colaboração internacional para facilitar o acesso à tecnologia, capacitação, cooperação científica e técnica da proteção do oceano.

A coleta de resíduos foi desenvolvida em parceria com a Cátedra Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para a Sustentabilidade do Oceano, que incorpora elementos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da National Oceanic and Atmospheric Administration, dos Estados Unidos.

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