As histórias de adotados que escolhem adotar: 'Fui deixado pela minha mãe aos 3 anos'
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O empresário Francisco é pai solo solo e já criava um filho quando adotou cinco meninos. Clayton e Bruno adotaram o adolescente Matheus, de 16 anos. O Profissão Repórter desta terça-feira (6) contou os desafios da adoção de adolescentes no Brasil. Entre as famílias, o programa encontrou histórias de pessoas que foram adotadas e também decidiram adotar. Saiba mais abaixo. Bruno, Clayton e o filho Matheus Casal homoafetivo adota adolescente com deficiência intelectualEm Suzano, na Grande são Paulo, a reportagem mostrou a história de Bruno Leopoldino Onofre e Clayton Onofre, pais de Matheus, de 16 anos. "Eu acho que para contar a história dessa família, a gente pode voltar um pouquinho mais no tempo para contar um pouquinho da minha história também, que é eu nasci em 1990. Eu também sou adotado", diz Bruno. Os pais ainda relatam o histórico de adoções do filho com deficiência intelectual. LEIA TAMBÉMO que acontece com os jovens que não são adotados até os 18 anos? Entenda"Ele veio de devoluções. O que foi triste na devolução dele foi porque a família simplesmente falou, olha, Matheus, a gente vai ter que viajar, vamos deixar você no abrigo e depois a viagem a gente vai voltar e buscar você", conta Bruno.Bruno e Cleiton entraram com o pedido de adoção um mês depois de conhecer Matheus, em 2021. Mas só agora, três anos depois, eles receberam o documento que sela de vez esse direito. Eles ainda compartilham os projetos de aumentar a família com mais uma adoção. "Eu e o Cleiton já éramos uma família, a chegada do Matheus, na verdade, veio aumentando e agora estamos aguardando a nossa filha, que aí o Mateus agora vai ter a irmãzinha mais nova, que é um desejo dele", diz Clayton. Casal homoafetivo adotam adolescente com deficiência intelectualReprodução/TV GloboFranciscoAs histórias de adotados que escolhem adotar: 'Fui deixado pela minha mãe aos 3 anos'Francisco já criava sozinho o filho biológico quando decidiu adotar. Para não separar irmãos, a família ganhou mais cinco crianças e adolescentes. "A chegada deles fez eu enxergar a vida de muitas maneiras diferentes, inclusive, olhar para a minha história pessoal e ter que enfrentar algumas marcas e dores que eu achava que já estava resolvido. Fui deixado pela minha mãe aos 3 anos de idade. Ela disse para mim que ia comprar balas e depois ela voltava. Minha mãe não voltou, começou a entardecer", conta Francisco. Francisco foi levado para um abrigo e, aos 5 anos, foi adotado por um casal que não tinha filhos. "Primeira lembrança que eu tenho de afeto mesmo, de poder chamar alguém de mãe e pai". Quando ele tinha 12 anos, a mãe adotiva morreu de câncer. Aos 15 anos, Francisco perdeu o pai adotivo. Adoção de adolescentes no Brasil: entenda como funciona o processo e quais os desafiosO pai solo também compartilha os desafios que enfrenta na criação dos filhos:"Atualmente, dos meus seis filhos, eu tenho um que a gente ainda não conseguiu construir esse laço. Ele gosta de estar aqui e me reconhece como pai, mas, tem alguns momentos que eu olho para ele e parece que ele está sentindo traindo a história anterior dele".Empresário realiza sonho de ser pai e adota cinco filhos sozinhoReprodução/TV GloboConfira as últimas reportagens do Profissão Repórter: