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A polícia responsabiliza dois suspeitos, o organizador do evento e influencer Manolo, e o homem que pilotava a outra moto envolvida no acidente. Um deles foi preso e o outro segue foragido. Lucas Eduardo de Oliveira DihlReprodução/Redes sociaisO servidor público Lucas Eduardo de Oliveira Dihl, de 20 anos, preso suspeito de matar Nicholas Yann dos Santos de Jesus, 20, após atingi-lo com a moto que pilotava, enquanto realizava uma manobra, vai responder ao processo em liberdade. O motociclista foi preso ainda na Santa Casa de Campo Grande (MS), para onde foi levado depois do ocorrido, e passou por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (3). ? Clique aqui para seguir o canal do g1MS no WhatsAppOs dois estavam em um evento no Autódromo de Campo Grande , "Motor Sound Brasil", cujo organizador - o influenciador e empresário Manolo, de 40 anos - também responderá por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Ele segue foragido.Conforme o delegado responsável pelo caso, Felipe Medeira, o suspeito Lucas Eduardo foi ouvido pela polícia e relatou que estava de capacete e que a vítima estava sem, além disso, atribuiu a culpa do acidente para Nicholas. Segundo o suspeito, o outro piloto invadiu a pista dele.LEIA TAMBÉMMotociclista de 20 anos morre durante manobra sem capacete em evento automobilísticoInfluencer responsável por evento de motos onde jovem de 20 anos morreu vai responder por homicídioMãe de jovem que morreu em manobra comprou moto há 2 semanas para o filho trabalharLucas em publicação de suas redes sociaisReproduçãoContudo, a polícia desconfia da hipótese, já que as provas colhidas no local indicam outra versão."As pessoas que estavam no local afirmaram justamente o contrário. Que o rapaz autuado em flagrante teria efetuado a manobra, inclusive com uma moça na garupa, e enquanto ele estava empinando a moto ele atingiu o indivíduo que veio a óbito", ressaltou o delegado.A mulher na garupa é namorada de Lucas Eduardo e também sofreu ferimentos. Ela foi atendida na UPA do Coronel Antonino, mas já recebeu alta.Evento no Autódromo de Campo Grande misturou bebida com manobras perigosasMedeira explicou que a vítima tinha apenas uma lesão no corpo: um corte em formato de meia lua, na testa. Os danos na moto do piloto que morreu também mostra que ele foi atingido de cima para baixo, pela moto do suspeito."Acredito que tanto o suspeito que se envolveu no acidente, quanto o organizador, agiram de dolo eventual. Por tanto, eles foram um grau acima da culpa, houve um direito de assumir o risco, todos que estavam envolvidos ali tinham assumido o risco de levar alguém a óbito", ressaltou o delegado.Influencer foragidoO influencer digital e empresário Manolo, de 40 anos, um dos responsáveis por organizar o "Motor Sound Brasil", vai responder por homicídio simples, em caso de acidente automobilístico com vítima.Manolo tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. Apresar de estar foragido, o influencer segue ativo nas redes sociais e publicou fotos recentes. Veja abaixo:Publicação de ManoloReprodução/InstagramO g1 tentou contato com o influencer, mas não obteve retorno até a publicação.Em fevereiro deste ano, um policial militar, de 33 anos, foi atropelado por um motociclista durante um evento na Avenida Afonso Pena, que também tinha sido organizado por Manolo."Um indivíduo que já tem histórico de acidentes graves em seus eventos e continua, não sabemos como, realizando esses eventos. Desta vez, infelizmente, essa falta de responsabilidade resultou diretamente na morte de um jovem de 20 anos", disse o delegado.A polícia afirmou que o evento foi organizado em parceria com o proprietário do Autódromo de Campo Grande. O diretor administrativo do local, Sandro Moura, disse que o Motor Sound Brasil ocorreu de forma legal e que havia socorristas de plantão no local.Pista do Autódromo onde ocorreu o acidente.Divulgação"A gente aluga o Autódromo para o pessoal fazer o evento, mas era tudo legal. O pessoal tem que apresentar a papelada, tanto é que tinha ambulância, bombeiro, segurança no evento, como é sempre feito", afirma Sandro.De acordo com o delegado, o evento foi marcado pelo uso de muitas bebidas alcoólicas, misturadas com manobras de motos sem o uso de capacetes. Além disso, pedestres circulavam livremente pela pista onde as motos faziam manobras. "Possivelmente com a presença de menores, já que não havia controle algum na entrada", relatou.O casoEntrevista com delegado Felipe MadeiraSegundo o boletim de ocorrência, o jovem bateu em outra moto onde estava um casal, enquanto ambos faziam manobras. Os socorristas que estavam no evento atenderam a vítima, mas ele morreu a caminho do hospital, na BR-262. O casal que estava na outra moto também ficou ferido. Um deles foi levado para a UPA Coronel Antonino e o outro, em estado mais grave, para a Santa Casa de Campo Grande.O boletim de ocorrência aponta que o evento "mesclava som automotivo, intensa bebedeira e pilotagem de motos com manobras, sem orientações em relação aos crimes de trânsito, sem uso de capacetes e sem fiscalizações".Anúncio do evento em Campo GrandeReprodução/InstagramTestemunhas afirmaram que o evento ocorria em duas etapas: a primeira era onde se encontravam sons automotivos, e a segunda era realizada aos fundos, na pista, onde as motos faziam manobras. A polícia estima que estavam no local 2 mil pessoas e a entrada custava R$ 20 por pessoa e R$ 20 por veículo.Quando a equipe policial estava chegando ao Autódromo, os policiais presenciaram vários veículos fugindo do local. Inclusive, um deles estava rebocando uma moto danificada, que parecia ter se envolvido no acidente.A mãe do motociclista disse para a polícia que havia comprado a moto há cerca de duas semanas de presente para o filho, para que ele pudesse trabalhar.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: