36 das 39 cidades da Grande SP estão mais suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e inundações, aponta Cemaden

Em todo o estado de São Paulo, são 172 municípios na lista, equivalente a 4,4% da população em risco.

Foto: Boca no Trombone

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Em todo o estado de São Paulo, são 172 municípios na lista, equivalente a 4,4% da população em risco. 'Que tempo é esse?': 36 cidades da Grande SP estão mais suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e inundações, aponta Cemaden

Ao menos 36 das 39 cidades da Grande São Paulo estão suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e inundações, segundo uma nota técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A nota listou 1.942 cidades em todo o Brasil. Apenas as cidades de Vargem Grande Paulista e Juquitiba, da Região Metropolitana, estão fora da lista.

Das 36, ao menos 29 cidades apresentam os três riscos: inundações, deslizamentos e enxurradas.

Em todo o estado de São Paulo, são 172 municípios na lista, o equivalente a 4,4% da população em risco.

"Se você tem as informações de que vem o evento extremo as medidas têm que estar planejadas, a população tem que saber disso, tem que saber como se comportar, para onde ir, tudo isso não está ocorrendo no país. Os municípios têm que ter planejamento tanto com ações de mitigação, quanto com ações de adaptação. Isso impõe recuperação de áreas verdes, trabalhar, reformular o sistema de drenagem, afastar potencial construtivo de perto da água, recuperar áreas marginais, entre outras ações", afirma Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima

Para a especialista, a recorrência desses eventos é cada vez mais comum e de forma mais intensa e, uma forma de se precaver, é redesenhar as cidades.

"A gente tem vivido já há muitos anos processos de enchentes na Região Metropolitana, deslizamentos, calor extremo porque agora é claro, a gente está vivendo drama da água em abundância. A inundação não vem para punir ninguém, isso é a força da natureza acontecendo, e o que nós já sabemos e a ciência prova é que as modificações que nós fizemos no sistema planetário faz com que os eventos sejam de maior intensidade e com uma recorrência, com uma continuidade maior", afirma Gil Scatena, gerente técnico do Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei).

Scatena reforça a necessidade de repensar o modelo de renovação das cidades "não só com essas estruturas da engenharia civil, piscinões, diques, por mais importante que eles sejam".

"Agora, o que tem sido pensado no mundo, é aumentar a permeabilidade das cidades, a capacidade dessas cidades receberem essas águas e fazerem processos de aclimatação para um novo clima", completa.

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Que tempo é esse?

Os telejornais da TV Globo São Paulo (Bom Dia SP, SP1 e SP2) exibem, desde o dia 9 de maio, a série "Que tempo é esse?", com conteúdos especiais sobre os impactos das mudanças climáticas na Grande São Paulo. O encerramento será no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho.

As reportagens mostram os efeitos do aquecimento global na infraestrutura das cidades, na saúde, na economia, na habitação e nos espaços comuns, além da necessidade de que haja políticas públicas e adaptações para mitigar os impactos.