Treta da maconha: vice da Câmara diz que processará deputado distrital

O segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que processará o deputado distrital Gabriel Magno (PT) por chamar parlamentares federais de “traficantes”.

Foto: Poder360

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O segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que processará o deputado distrital Gabriel Magno (PT) por chamar parlamentares federais de “traficantes”.

Durante discurso na Marcha da Maconha, em Brasília, Magno se posicionou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45, que criminaliza a posse e o porte de drogas, independentemente da quantidade encontrada pela polícia. O evento ocorreu no último domingo (26/5).

Magno afirmou, sem mencionar nomes, que parlamentares do Congresso Nacional “fazem uso [da maconha]” e “são os traficantes desse país”.

“Por isso que a Marcha, hoje, é importante. Para dizer, também para o Congresso Nacional, não à PEC nº 45”, declarou Gabriel Magno. “Aqueles, inclusive, que são os hipócritas que fazem uso, que são os traficantes desse país, que estão no Congresso Nacional com helicóptero… Eles querem criminalizar, mas criminalizar o usuário.”

Assista:

Em vídeo publicado nessa terça-feira (28/5), Sóstenes disse que processará Magno por “acusar” parlamentares federais de serem “traficantes”. “Mas ele [Gabriel] não tem coragem de dar nome aos bois. Vamos processá-lo para que ele diga quem são esses deputados. Fazer acusação sem dizer nomes é calúnia, difamação a todos nós parlamentares, e vamos processá-lo por isso”, ressaltou o segundo vice-presidente da Câmara Federal.

Polícias de saúde mental

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também criticaram o discurso do deputado distrital.

“Terrível”, comentou Michelle. “Triste”, escreveu Celina.

Sóstenes também chamou de “vergonhosa” a fala de Magno e afirmou que a declaração só poderia ter partido de alguém filiado ao “partido das trevas”, em referência ao Partido dos Trabalhadores (PT). “Ele [o deputado distrital] faz apologia a drogas. Drogas são ilegais no Brasil. Só o pai e mãe de família que têm filhos nas drogas sabem o mal que ela faz”, completou o deputado federal.

Nas mídias sociais, Magno escreveu que “a PEC 45 tenta retroceder décadas de lutas” e busca “inserir na Constituição [Federal] a criminalização dos usuários, ignorando completamente avanços globais em políticas de drogas e saúde mental”.

“Essa medida não é apenas ilegal, mas vai contra tudo o que a história e o progresso têm nos mostrado”, enfatizou.

Maconha medicinal: entenda o que é e quais países permitem o uso

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A Cannabis, também conhecida como planta da maconha, tem origem asiática repleta de polêmicas. Socialmente marginalizada, sob a luz da ciência, no entanto, apresenta potencial medicinal para tratar diversas patologias iStock

Pessoa segurando um recipiente transparente com líquido marrom e uma folha de maconha com a outra mão ***Foto-maconha-medicinal-6.jpg

Segundo especialistas, a cannabis tem substâncias, como os canabinoides, capazes de agir e desencadear reações em diversas áreas do corpo, como o cérebro seksan Mongkhonkhamsao/ Getty Images

Pessoas em laboratório. Elas usam jaleco branco, máscara e luvas. Em frente a uma delas há um quadro com maconha desenhada - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-9.jpg

A cannabis apresenta três espécies: ruderalis, indica e sativa, sendo as duas últimas as mais populares. No caso da sativa, pode-se ainda destacar o canabidiol, que tem efeito relaxante e, por isso, é utilizado com fins terapêuticos janiecbros/ Getty Images

Pessoa segurando um recipiente transparente com líquido marrom. Na mesa em frente a pessoa há folhas de maconha - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-8.jpg

Além do canabidiol, na cannabis sativa é possível encontrar tetrahidrocanabidiol, substância com capacidade de gerar sensações de prazer, alívio, euforia, entre outras wera Rodsawang/ Getty Images

duas mulheres vestindo jaleco branco estão olhando um recipiente transparente com maconha - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-7.jpg

Na indústria farmacêutica, as propriedades da cannabis podem funcionar como anticonvulsivo, analgésico e sedativo no tratamento de doenças, tais como: epilepsia, esquizofrenia, esclerose múltipla, Parkison e dores intensas janiecbros/ Getty Images

Pessoa segurando uma folha de maconha na mão - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-2.jpg

Por esses motivos, cada vez mais países têm regulamentado o uso da substância para tratamento de enfermidades, apesar de muitos ainda proibirem a utilização da cannabis para fins recreativos Francesco Carta fotografo/ Getty Images

Recipiente com líquido transparente em cima de uma mesa - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-5.jpg

Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Itália, Espanha, Bélgica, Portugal, entre outros países europeus, permitem, com regras próprias, a utilização da maconha para uso medicinal LauriPatterson/ Getty Images

Recipiente com líquido transparente em cima de uma mesa - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-4.jpg

Na América Latina, países como Argentina, Uruguai, Colômbia, Jamaica, Equador e México, por exemplo, também liberam a cannabis para fins medicinais e terapêuticos David Trood/ Getty Images

Uma pessoa passa as mãos em uma plantação de maconha - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-1.jpg

Cada estado define as especificidades em torno da utilização da maconha medicinal, mas, no geral, as autorizações funcionam de duas maneiras: permissão apenas para uso terapêutico e medicinal ou liberação também para uso recreativo Bloomberg Creative/ Getty Images

Uma pessoa segura um pouco de maconha em uma mão e capsulas de remédio em outra ***Foto-maconha-medicinal-10.jpg

No Brasil, a Anvisa permite a importação e o uso da substância em alguns remédios desde 2014. Até então, as plantas ainda precisavam ser trazidas do exterior. No entanto, em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 399/2015, que autorizou o cultivo de Cannabis sativa no Brasil para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais Esther Kelleter / EyeEm/ Getty Images

Mulher segurando uma folha de maconha nas mãos. Ela usa blusa rosa e chapéu - Metrópoles ***Foto-maconha-medicinal-3.jpg

Por aqui, para realizar a compra de medicamentos ou produtos derivados de cannabis (ambos com fins medicinais) é necessário ter prescrição médica. Além disso, é preciso ter condições para adquirir os produtos, uma vez que o valor a ser desembolsado pode alcançar quatro dígitos Revolu7ion93/ Getty Images

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