Após ondas de calor, El Niño se aproxima do fim e frio começa a chegar

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, está chegando ao fim e próximo da condição neutra.

Foto: Metrópoles

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De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, está chegando ao fim e próximo da condição neutra.

Conforme o órgão, desde o início de abril, foi registrado um resfriamento substancial das Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs) que chegaram, nos últimos cinco dias, a valores próximos a 0,5ºC (graus Celsius) acima da média, na área de referência para definição do evento, denominada região de Niño 3.4.

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No Brasil, devido a localização e imensidão territorial, diversos climas são identificados. Contudo, seis deles são considerados marcantes: tropical, tropical úmido, tropical de altitude, subtropical, equatorial e semiárido Getty Images

Pessoa usando maiô pulando em um lago - Metrópoles ****Foto-pessoa-com-maio-pulando-em-agua.jpg

No clima tropical prevalece a presença de altas temperaturas durante boa parte do ano. Nele, duas estações passam a ser bem definidas: chuvosa, entre outubro a abril, e seca, entre maio e setembro. O Centro-Oeste e estados como Bahia, Ceará, Piauí e Minas Gerais são as regiões afetadas por esse tipo de ambiente Ira T. Nicolai/ Getty Images

Adulto brincando com criança em um parque - Metrópoles ****Foto-adulto-brincando-com-crianca-em-parque.jpg

Tropical de altitude é caracterizado por temperatura média que oscila entre 17°C e 22°C. Regiões serranas, especialmente no Sudeste, onde o clima é predominante, há baixa amplitude térmica Tom Werner/ Getty Images

Mar azul com monte cheio de árvores no fundo - Metrópoles ****Foto-mar-azul-com-monte-verde-ao-fundo.jpg

O clima tropical úmido é caracterizado pela presença de temperaturas relativamente altas e muita umidade. Ele ocorre, sobretudo, no litoral oriental e sul do Brasil Getty Images/ Getty Images

Pessoas deitadas em frente a uma lareira - Metrópoles ****Foto-pessoas-deitadas-em-frente-a-lareira.jpg

Já o clima subtropical, prevalente na região Sul, é definido por alta amplitude térmica, boa distribuição de chuvas e presença de geadas. No decorrer do ano, as temperaturas giram em torno de 18°C Anastasiia Krivenok/ Getty Images

Foto do sol e do céu alaranjado - Metrópoles ****Foto-sol-clima-quente.jpg

Semiárido é o clima cujas temperaturas permanecem altas durante todo o ano. Regiões do Nordeste, principalmente no interior, são afetadas por esta atmosfera. Por isso, nesses locais as chuvas são escassas e má distribuídas. Durante o ano, as temperaturas podem variar entre 26°C e 28°C Katrin Ray Shumakov/ Getty Images

Fotografia de cima de uma parte da floresta Amazônica - Metrópoles ****Foto-floresta-amazonica.jpg

No clima equatorial, identificado na região Norte, elevadas temperaturas e muita umidade são responsáveis por garantir chuva em abundância. As temperaturas, que podem variar entre 24°C e 26°C durante o ano, influenciam diretamente na floresta amazônica LeoFFreitas/ Getty Images

Pessoa caminhando em uma nevasca - Metrópoles ****Foto-extrema-onda-de-frio.jpg

Apesar de o que possa parecer, clima e tempo são coisas distintas, mas que se complementam. O clima diz respeito à junção de condições atmosféricas que ocorrem em locais específicos e de forma acentuada. O tempo, por sua vez, refere-se a um estado passageiro em um local determinado influenciado pelo ar atmosférico que pode ocorrer de maneira rápida ou lenta Gillian Henry/ Getty Images

Ilustração do planeta Terra- Metrópoles ****Foto-planeta-terra.jpg

O tempo pode sofrer modificações provocadas pelas variações climáticas e por alterações meteorológicas causadas por processos naturais como incidência solar, órbita da terra, fenômenos como El Niño e La Niña e atividades vulcânicas, por exemplo JUAN GAERTNER/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

Usinas soltando gases poluentes - Metrópoles ****Foto-usinas-soltando-gases-poluentes.jpg

Além disso, também pode sofrer interferências causadas, especialmente, por ações antrópicas, ou seja, devido à queima de combustíveis fósseis, desmatamento, emissão de gases poluentes e poluição do solo AerialPerspective Images/ Getty Images

Casas submersas em água de chuva - Metrópoles ****Foto-chuva-na-bahia

Mudanças climáticas não acontecem de um dia para o outro. No Brasil, segundo climatologistas, além das ações humanas diretas, o tempo também sofre alterações devido ao aquecimento da temperatura do planeta, que pode causar modificações extremas Reprodução

Metade de uma floresta queimada e a outra metade com vida - Metrópoles ****Foto-dematamento.jpg

Com o desequilíbrio usual da natureza, todas as formas de vida do planeta passam a correr risco. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), desde o século 18 atividades humanas têm sido a principal causa das mudanças climáticas Artur Debat/ Getty Images

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Esse valor de temperatura é considerado o limite para o início da fase neutra do oceano. Ainda segundo o Inmet, antes disso, as TSMs já vinham em constante esfriamento no Pacífico Equatorial. Entre os meses de fevereiro e março de 2024, as temperaturas descaíram de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média.

Atualmente, os modelos climáticos analisados pelo Instituto indicam que a condição de neutralidade deve seguir até meados de junho.

Efeitos do El Niño

O brasileiro sofreu com as consequências extremas do El Niño ao longo de todo o ano de 2023, como ondas de calor, seca extrema e inundações, que se estenderam para 2024.

O fenômeno teve início em junho do ano passado, e desde então o Brasil tem passado por extremos climáticos e registrado tragédias humanas e ambientais. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, mais de 600 mil pessoas foram afetadas pela estiagem histórica.

No Rio Grande do Sul, 28 mil tiveram que deixar suas casas em razão das fortes chuvas ao longo do mês de novembro.

Os efeitos do El Niño são sentidos de formas diferentes por todo o território brasileiro. No Sul, ele provocou fortes tempestades e causou inundações. No Norte, uma seca extrema culminou na morte de milhares de animais, principalmente botos.

O Sudeste e o Centro-Oeste, por sua vez, sofreram com altas temperaturas e ondas de calor cada vez mais frequentes.

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Transição para o La Niña

Simultaneamente ao que acontece com o fenômeno El Niño, em algumas áreas do Pacífico Equatorial, como a costa oeste da América do Sul, as temperaturas já se apresentam mais frias que o normal.

A persistência e a expansão destas áreas mais frias em direção a parte central do oceano são condições favoráveis para formação do fenômeno La Niña, previsto para o segundo semestre do ano, conforme o Inmet.

O La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Conforme análise do Inmet, a probabilidade é de que no trimestre junho, julho e agosto, ou seja, meados do inverno, o Brasil já esteja sob os efeitos do fenômeno.

Ainda não se pode afirmar a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno são: chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão.