Mineradora Vale consegue autorização na Justiça para impedir sepultamento do cacique Merong Kamakã
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A empresa move uma ação de reintegração de posse. As famílias indígenas Kamakã Mongoió ocuparam o local, em Brumadinho, em meados de 2021. Cacique Merong Kamakã MangoióReproduçãoA mineradora Vale conseguiu na Justiça uma autorização para impedir o sepultamento do cacique Merong Kamakã Mongoió, que morreu nesta segunda-feira (4), nas terras onde vivia com outras famílias, na cidade de Brumadinho.A decisão favorável à mineradora foi assinada pela juíza Federal Geneviève Grossi Orsi e publicada na noite desta quarta-feira (5).Quem era o cacique Merong Kamakã, encontrado morto em Brumadinho"O defiro, por ora a tutela inibitória requerida, para que seja impedida a realização do sepultamento do Sr. Merong Kamakã, nas terras objeto desta ação, ante a notória controvérsia acerca da titularidade das terras objeto desta ação", diz o texto da decisão.Nascido em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o cacique Merong Kamakã Mongoió liderava a comunidade Kamakã, uma das seis etnias dos povos Pataxó Hã Hã Hãe. O líder também atuava em outras ações de defesa dos territórios dos povos Kaingáng, Xokleng e Guarani. Ele foi encontrado morto nesta segunda-feira (4), aos 36 anos.A princípio, a Polícia Militar informou trata-se de um caso de suicídio. Por nota, a Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que está em diálogo com a Polícia Federal (PF) para apurar o caso. O g1 procurou a PF e aguarda retorno da instituição.A retomada de terras do povo Kamakã começou há cerca de três anos, quando as famílias indígenas saíram das periferias de Belo Horizonte para ocupar uma área ambiental onde funcionava uma antiga fazenda. A comunidade é originária da Bahia e uma das seis etnias do povo Pataxó Hã Hã Hãe.O g1 procurou a mineradora Vale para saber esclarecimentos da ação e aguarda retorno.Vídeos mais vistos no g1 Minas: