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Política

Aposentado acusado de matar vizinho por soltar rojões para festejar melhora da mãe vai a júri; Justiça deu liberdade provisória

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Foto: Reprodução internet
Vídeo mostra desespero de criança com chegada de homem armado em 2 de janeiro deste ano, no ABC Paulista. Atirador negou à Justiça ter disparado intencionalmente e alegou que alguém puxou a arma ou o empurraram por trás, quando houve o tiro. Engenheiro foi morto por vizinho em São Bernardo do Campo

Reprodução

A Justiça decidiu que o aposentado que baleou o vizinho na cabeça enquanto a vítima soltava rojões com a família em 2 de janeiro deste ano vai a júri popular. O caso aconteceu em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Mário D'Amore Júnior, de 75 anos, esteve preso, mas conseguiu liberdade provisória até o julgamento da morte de Francisco Nicolas Lopes Filho.

O réu terá que cumprir medidas cautelares, como proibição de manter contato com parentes da vítima e da testemunha, proibição de sair da comarca sem autorização e recolhimento domiciliar das 22h até as 6h.

Na decisão, o juiz considerou a idade do acusado, assim como uma piora em seu estado de saúde e o uso medicamentos para hipertensão, diabete e problemas respiratórios.

"No mais, a custódia é desnecessária para garantia de aplicação da lei penal, pois não há que se falar em tentativa de fuga diante da ligação telefônica do acusado para a polícia militar (na época da ocorrência) e do fato de que o réu foi encontrado em sua residência (na frente do local dos fatos] pelos policiais militares", escreveu o magistrado.

Na fase de interrogatório na Justiça, Mário contou que na noite da confusão pegou uma arma de pressão e saiu de casa. No entanto, negou ter disparado intencionalmente, alegando que alguém puxou a arma ou o empurraram por trás no momento que a arma disparou, sem supostamente perceber que tivesse apertado o gatilho.

Ao contrário da versão do réu, testemunhas mencionaram que viram o acusado disparar contra a vítima com arma de pressão.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte do engenheiro foi por traumatismo craniano causado pelo projétil, que estava alojado. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Mário até a última atualização desta reportagem.

Durante a investigação, a Polícia Civil registrou no inquérito que houve outra confusão semelhante entre a vítima e o réu 10 anos antes, em 1º de janeiro de 2013, quando a vítima e Mário fizeram boletins de ocorrência um contra o outro.

10 anos antes

Segundo apurado pelo g1, em 1º de janeiro de 2013, 10 anos antes do crime, Francisco estava soltando fogos de artifício na virada de ano quando Mário apareceu e passou a gritar dizendo que pularia a cerca para "enchê-lo de porrada, e que estava com facão em mãos".

Conforme Francisco afirmou à polícia, na época, o vizinho disse: "Vou chamar a polícia, vou mandar te prender, não era para mexer com ele e nem com a família, pois não sabia do que ele seria capaz".

No dia seguinte, Mário teria ligado ao sobrinho de Francisco e feito ameaças.

O primeiro BO foi feito pelo idoso, às 11h45 de 2 de janeiro de 2013. Na delegacia, ele contou que Francisco soltava fogos de artifício nas comemorações de Ano Novo em direção às baias dos cavalos que o idoso mantinha. Ele também alegou ter sofrido ameaças.

Crime filmado

Vídeo mostra idoso armado e ameaçando vizinhos

A última confusão, que culminou com a morte de Francisco, de 38 anos, foi em 2 de janeiro de 2023. A família dele comemorava a melhora da mãe no tratamento de câncer de mama.

De acordo com o boletim de ocorrência do homicídio, um amigo contou aos policiais militares que a vítima e parentes estavam na rua soltando fogos de artifício quando Mário D'Amore caminhou até o grupo segurando uma arma. Parte do ocorrido foi registrada pela irmã da vítima, que colocou o celular na cintura.

Em seguida, ele fez ameaças, mandou que todos se deitassem e disparou na cabeça da vítima. Francisco foi levado para a UPA Riacho Grande, mas não resistiu.

À polícia, depois do crime, o idoso afirmou que o barulho dos rojões estava assustando seus animais.

Mário disse à polícia que foi para a praça com a arma para confrontar os vizinhos a respeito dos fogos, mas que não se lembrava de disparo algum.

Vídeo gravado pela irmã da vítima mostra a aproximação de Mário, que segurava um objeto semelhante a uma espingarda. Ele disse que tem animais e que era proibido soltar fogos. As pessoas pediam calma e diziam que iam parar. A sobrinha da vítima gritou desesperada e pediu socorro. O homem mandou todos deitarem no chão e depois caminhou em outra direção, quando a filmagem foi interrompida.

Na delegacia, as testemunhas afirmaram que não se deitaram ao chão no momento do crime e que a vítima foi atingida de pé.

Homem foi morto pelo vizinho em São Bernardo do Campo

Reprodução/Facebook

G1 nacional

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