Recriada, Secretaria de Segurança do RJ foi criticada pelo próprio Cláudio Castro em outubro: 'Não faz a menor falta'

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Recriada, Secretaria de Segurança do RJ foi criticada pelo próprio Cláudio Castro em outubro: 'Não faz a menor falta'
Governador recriou a pasta extinta em 2019 por Witzel, e foi criticado por sindicato de delegados. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista à GloboNews no início de outurbo

GloboNews

A recriação da Secretaria de Segurança Pública do Rio, anunciada na segunda-feira (27) por Cláudio Castro, vai contra uma declaração de menos de dois meses atrás do próprio governador.

Em 3 de outubro, durante uma onda de violência na Região Metropolitana, Castro disse em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews, que a secretaria "não faz a menor falta".

"Tanto é que os números sem ela [Secretaria de Segurança Pública] são muito melhores do que quando ela existia", disse.

Antes, segundo o governador, a instituição era um "órgão iminentemente político" do qual "vários saíram dali para serem deputados federais e deputados estaduais".

A declaração foi citada em uma nota de repúdio divulgada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio (Sindelpol).

"A experiência anterior - do exercício da política de segurança pública através de uma Secretaria de Segurança - demonstrou o total fracasso da ideia na qual o Governador agora volta a insistir, contrariando inclusive seus próprios discursos sobre a desnecessidade e a ineficiência de uma Secretaria Política de Segurança", diz a nota.

O sindicato chama a Seseg de "malfadada": "Estrutura administrativa onerosa, lenta e ineficiente, que abrigava diversos apadrinhados políticos e que, em um passado próximo, seu fracasso culminou em uma intervenção federal, sem precedentes, na política de segurança do estado".

Pasta extinta em 2019

Com a decisão, as polícias Civil e Militar deixam de ser secretarias independentes e voltam a estar subordinadas à Seseg, que havia sido extinta pelo ex-governador Wilson Witzel em 2019. Depois disso, foi feita a divisão entre a Secretaria da Polícia Civil e a Secretaria da Polícia Militar e cada chefe de corporação ganhou status de secretário.

O delegado federal Victor César dos Santos será o secretário de Segurança.

O currículo do delegado de PF inclui prisão do bicheiro Rogério Andrade, coordenação de segurança na Jornada Mundial da Juventude e ações contra quadrilhas de traficantes.

De 2021 até fevereiro deste ano, foi superintendente da Polícia Federal no DF indicado por Flávio Bolsonaro.

Crise na segurança

O Rio de Janeiro passa por uma crise na segurança pública. Desde 6 de novembro, começou a valer o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do estado. A operação deve durar até 3 de maio de 2024 e foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao todo, segundo o Ministério da Justiça são empregados 3,7 mil militares das Forças Armadas, sendo:

2.000 do Exército

1.100 da Marinha

600 da Aeronáutica