SC confirma 3ª morte pelos fortes temporais; estado tem rodovias interditadas e moradores isolados

Santa Catarina chega ao 3º dia neste sábado (18) sofrendo com os efeitos das fortes chuvas. Enchente em Rio do Sul é a segunda maior da história na cidade

Santa Catarina chega neste sábado (18) ao terceiro dia com municípios em todas as regiões sofrendo com os impactos das fortes chuvas. O número de mortos subiu, segundo o governo do estado. A terceira morte ocorreu na noite de sexta-feira (17) e a vítima foi um homem de 46 anos que andava em uma moto aquática e colidiu com a fiação elétrica em Palmitos, no Oeste.

As duas mortes anteriores foram em Taió, na mesma ocorrência. Duas mulheres, amigas, perderam a vida depois que o carro em que estavam afundou em uma área alagada por causa da chuva.

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O sábado registra menos temporais do que os dias anteriores, porém a folga nas chuvas ainda não é o suficiente para garantir o escoamento das águas. Algumas cidades, principalmente no Vale do Itajaí e Oeste, regiões mais atingidas, estão com os acessos bloqueados.

Boletim atualizado pela Defesa Civil durante a manhã detalha que 62 dos 295 municípios catarinenses sofrem com os impactos, dos quais 17 decretaram estado de emergência.

Alagamento em São José do Cerrito (SC)

Arquivo Pessoal

Destes, cinco estão em situação de calamidade pública: Rio do Sul, Rio do Oeste, Vidal Ramos, Pouso Redondo e Trombudo Central.

Em Rio do Sul, 50% das vias da cidade estão alagadas, informou a prefeitura, que montou abrigos para receber a população. O município de 72 mil habitantes vive a segunda maior cheia já registrada na história e a pior desde 1983, com o nível do Rio Itajaí-Açu superando os 12 metros.

VÍDEO impressionante mostra avanço das águas em rua de Rio de Sul

Vídeo acelerado mostra avanço da água em rua de Rio do Sul (SC)

Em Trombudo Central, a prefeitura informou que vive atualmente a maior enchente já registrada na cidade. O nível do Rio Trombudo atingiu 7,11 metros na sexta-feira (17), valor 2,6 metros maior que a pior cheia já registrada até então, em 2007.

Com a elevação em nível recorde, grande parte do município de 7 mil habitantes está no fundo e muitos moradores foram pegos de surpresa, tendo que ficar no telhado das casas para fugir da correnteza. Helicóptero das forças de segurança realizaram diversos resgates.

A cidade de Urupema, na Serra Catarinense, considerada por lei como a Capital Nacional do Frio, foi atingida neste sábado (18) por um tornado.

A Defesa Civil confirmou que o fenômeno foi responsável pelos fortes ventos que atingiram a cidade, com mais gravidade na comunidade de Cedro.

As rajadas de vento chegaram a 107 km/h e tiveram seu pico entre 9h e 10h. Uma residência foi totalmente destruída e outras tiveram danos na estrutura, com destroços sendo arremessados a longas distâncias. Árvores, incluindo algumas de grande porte, foram arrancadas ou tombadas.

Tornado com ventos de 100 km/h destrói casas e arranca árvores em Urupema

Assistência

Para garantir atendimento aos moradores prejudicados, 31 municípios estão com abrigos abertos, sendo 66 espaços para a população. Ainda no balanço da Defesa Civil, o órgão informou que são 2.688 pessoas desabrigadas, sendo 41 famílias.

O Corpo de Bombeiros está com equipes mobilizadas em todas as regiões para diversos atendimentos: alagamentos, deslizamentos, quedas de raios, entre outros.

"Até este momento, foram 1.367 atendimentos, em 105 municípios atendidos, 188 viaturas empenhadas e 656 bombeiros empenhados", detalhou a corporação em nota, às 17h10.

Prejuízos incalculáveis

Em entrevista coletiva, o governador Jorginho Mello (PL) reforçou que todas as forças se segurança estão com efetivo extra para atuar na assistência e também evitar crimes como furtos e roubos em residências e estabelecimentos comerciais abandonados por causa das cheias.

Reforçou ainda que busca apoio financeiro do governo federal e de homens do Exército Brasileiro. Detalhou também que os prejuízos dos temporais superam os R$ 5 bilhões, sendo pelo menos 60% desse valor, somente na agricultura.

"Um valor significativo para que a gente comece a pensar em dragagem, gargalos, onde é mais complicado para não ficar recorrentemente um ano sim, um ano não, essa desgraça. A primeira de outubro, a gente conseguiu informar, mas nessa, todos os meios informaram, mas toda a chuva que era para vir de segunda a sábado, veio na quinta-feira [16]", completou.

Estradas interditadas

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) atualizou na tarde deste sábado a relação das rodovias federais interditadas ou com trânsito parcial. Confira:

BR-470/SC

km 133 (Rio do Sul) - INTERDIÇÃO TOTAL. Alagamento.

km 136 (Rio do Sul) - Meia pista devido à perda de aterro.

km 143-144 (Rio do Sul) - Interdição parcial devido a alagamento na pista.

km 148-150 (Agronômica) - INTERDIÇÃO TOTAL devido a alagamento na pista.

km 154 (Agronômica) - Interdição parcial por alagamento.

km 188 (Pouso Redondo) - INTERDIÇÃO TOTAL devido à movimentação do solo sob a rodovia.

km 204 (Ponte Alta) - Queda de barreira. Trânsito em meia pista.

BR-282/SC

km 147 (Bom Retiro) - Siga e Pare devido a alagamento

km 277 (São José do Cerrito) - Trânsito liberado com desvio pelo acostamento

BR-280/SC

km 98, 101, 102 e 105 (Serra de Corupá). Pare e Siga para apoio a obras emergenciais

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