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Decisão desta terça-feira (23) aponta indícios de violação ao direito à ampla defesa e irregularidades processuais. Luiz Carlos de Siqueira, o 'Piriquito' (Podemos)ReproduçãoO Tribunal de Justiça decidiu, na manhã desta terça-feira (23), pelo retorno de Luiz Carlos de Siqueira (Podemos) à Prefeitura de Aparecida. Piriquito, como é conhecido, teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores na última quarta-feira (17).A decisão que reconduz o político ao cargo de prefeito é do relator Martin Vargas, da 10ª Câmara de Direito, que aponta indícios de violação ao direito à ampla defesa e irregularidades processuais.? Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsAppDe acordo com a defesa de Luiz Carlos de Siqueira, não houve tempo hábil para que os advogados participassem da sessão na Câmara Municipal, realizada na última quarta-feira (17), e que terminou com a cassação do mandato de 'Piriquito'.Ele é investigado por supostas irregularidades no aluguel do imóvel onde foi instalado o Poupatempo da cidade - veja mais abaixo.Antes da decisão desta terça, Piriquito chegou a ter uma decisão judicial favorável ao retorno ao cargo de prefeito. Apesar disso, a Justiça voltou atrás e um dia depois anulou a medida. À reportagem, a assessoria do vice Zezão da Concretagem (Republicanos) disse que ainda não foi notificada da decisão. O presidente da Câmara de Aparecida, Valdemir Rodrigues Godói, o 'Budão' (PL), também foi acionado, mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno.Justiça mantém afastamento de Piriquito da prefeitura de AparecidaCassaçãoO prefeito de Aparecida, Luiz Carlos de Siqueira (Podemos), teve o mandato cassado pelos vereadores da cidade durante uma sessão extraordinária, que foi realizada na tarde de quarta-feira (17), na Câmara Municipal da cidade. Durante a sessão, os vereadores aprovaram, com sete votos favoráveis e um contrário, o relatório de uma comissão processante que apurou irregularidades no aluguel de um prédio pela prefeitura que foi usado para a instalação do Poupatempo na cidade. O prédio pertencia à ex-sogra de Piriquito, apelido pelo qual o prefeito é conhecido.Vereadores cassam mandato do prefeito de Aparecida, Luiz Carlos de Siqueira (Podemos)Luiz Carlos também responde a um processo por improbidade administrativa na Justiça pelo mesmo motivo - saiba mais abaixo. Ele chegou a ser afastado em fevereiro deste ano, mas havia reassumido o cargo após uma decisão da Justiça, no dia 1º de abril.Vereadores cassam o mandato do prefeito de Aparecida (SP), Luiz Carlos de Siqueira (Podemos); entendaVeja como votou cada vereador:'Xande' - Carlos Alexandre Rangel de Santos (PSD) - a favor da cassaçãoCláudio Gibelli (Patriota) - a favor da cassaçãoZé Fábio Borges (PTB) - a favor da cassação'Gabi' - Liliane Gabriele dos Santos (PL) - a favor da cassação'Gu Castro' - Luiz Fernando de Castro Rocha (PSDB) - a favor da cassação'Juninho Corpo Seco' - Luiz Carlos Ferreira Junior (Podemos) - contra a cassação'Simone do Fram' - Simone Aparecida Ribas da Silva (PSDB) - a favor da cassação'Valdemir Budão' - Valdemir Rodrigues Godoi (PL) - a favor da cassaçãoA denúncia, apontando infrações político-administrativas relacionadas ao aluguel do imóvel, foi protocolada em março deste ano pelo vereador André Luís Monteiro (PL).Processo na JustiçaO Tribunal de Justiça havia determinado, no dia 19 de fevereiro, o afastamento do prefeito de Aparecida (SP), Luiz Carlos de Siqueira (Podemos), conhecido como Piriquito, por 90 dias.Luiz Carlos de Siqueira é alvo de uma denúncia do Ministério Público por improbidade administrativa. De acordo com o MP, ele alugou um imóvel que pertencia à ex-sogra para instalar o Poupatempo na cidade."Relata o Ministério Público que o prefeito teria firmado contrato de aluguel entre a prefeitura e Maria Aparecida Braga Vieira, sua ex-sogra, para estabelecimento de Poupatempo em imóvel de sua propriedade, sem firmar contrato escrito, sem licitação ou dispensa, por valor muito superior ao de mercado para imóveis similares da região", descreve um trecho da decisão, da qual o g1 teve acesso.Poupatempo de AparecidaDivulgação/Prefeitura de AparecidaO contrato Luiz Carlos de Siqueira e Maria Aparecida Braga Vieira, ex-sogra de Piriquito, foi assinado no dia 27 de abril de 2022 e previa o pagamento de R$ 6,5 mil por mês para locação de um imóvel na praça Doutor Benedito Meirelles, onde fica o Poupatempo.Em primeira instância, a Justiça já havia acatado o pedido para suspender o pagamento do aluguel, mas negado o afastamento do prefeito.O Ministério Público, porém, recorreu da decisão, insistindo no afastamento, que foi acatado em segunda instância.Nos autos do processo, a defesa do prefeito de Aparecida argumentou que a legalidade da contratação do aluguel é indiscutível, "pois foi feita dentro da estrita legalidade e mediante contrato formal".Por fim, a defesa ressaltou que não houve dolo na conduta de Luiz Carlos de Siqueira e que a instalação do Poupatempo "foi um enorme benefício para a cidade".Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o recurso apresentado pela defesa do prefeito de Aparecida (SP), Luiz Carlos de Siqueira (Podemos), e anulou a sentença que determinava o afastamento dele do cargo por 90 dias. Com isso, Siqueira teve permissão para retomar o cargo de prefeito.No documento publicado no dia 1º de abril, a 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo confirma que, por maioria dos votos, o recurso apresentado pela defesa do prefeito foi acatado e a sentença anterior anulada. "Por maioria de votos, acolheram os Embargos de Declaração para reconhecer a nulidade do v. acórdão embargado", diz trecho do documento que integra o acórdão.Prefeitura de AparecidaTV Vanguarda/ReproduçãoO julgamento teve a participação dos desembargadores Luiz Sérgio Fernandes de Souza, Mônica Serrano e Fernão Borba Franco. Os Embargos de Declaração, também chamados de Embargos Declaratórios, são uma espécie de recurso com a finalidade específica de esclarecer contradição ou omissão ocorrida em decisão proferida por juiz ou por órgão colegiado. Nesse caso, a defesa do prefeito de Aparecida alegou erro de procedimento processual.Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina