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Projeto de lei foi encaminhado para apreciação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Governo apresenta projeto para contratação de bombeiros temporáriosÁlvaro Rezende/ ReproduçãoEm meio ao período recorde de incêndios no Pantanal, o governo de Mato Grosso do Sul apresentou um projeto de lei que cria o quadro de bombeiros militares temporários no estado. A medida foi encaminhada para apreciação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ainda sem data para ser discutida. O projeto, que pode ser inédito no Brasil, foi apresentado em meio a uma das piores crises hídricas do Pantanal, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. O primeiro semestre de 2024 foi o mais devastador para o bioma em toda a série histórica de registros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).Em uma transmissão, transmitida na manhã desta quinta-feira (4), o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse que mais de 200 bombeiros devem reforçar as medidas de combate a incêndios no Pantanal em 2025. O efetivo adicional deve ser formado por militares temporários. "A ideia é um efetivo de 200 homens adicionais, que vão contribuir muito no próximo ano para as atividades de prevenção e combate", disse. O projeto estabelece que a contratação temporária poderá se estender por um período máximo de sete anos e o ingresso de bombeiro militar temporário será mediante a aprovação em processo seletivo simplificado, para matrícula em curso específico de treinamento e de capacitação profissional.Mais de 700 mil hectares foram consumidos pelo fogo neste ano no bioma, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA). A área destruída é seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro.Militares atuam contra o fogo no PantanalSaul SchrammO comandante do Corpo de Bombeiros Militar do estado, coronel Frederico Reis Pouso Salas, ressalta que a iniciativa visa assegurar uma resposta eficiente frente às intercorrências e situações de emergência que atingem Mato Grosso do Sul. "O projeto cria o quadro de bombeiros temporários com o objetivo de reforçar e implementar mais pessoal, de forma mais célebre dentro das fileiras da Corporação. Talvez sejamos o primeiro estado da federação a ter essa carreira temporária, nos moldes que trata a lei federal promulgada em 2023", disse. Reis destaca que a metodologia foi autorizada pela Lei 14.751. "Essa é uma pauta que quando eu assumi o comando do Corpo de Bombeiros, no ano passado, eu sugeri ao governador Eduardo Riedel, a partir da publicação desta lei, e que criássemos de maneira concreta estes mesmos princípios da temporariedade de militares na nossa corporação". Fogo devastador antes do previstoAvião usado pelo Corpo de Bombeiros liberando água para apagar o fogo no PantanalJNNos primeiros seis meses, 3.538 focos de incêndio consumiram 700 mil hectares no bioma, uma área quase seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro.Até então, 2020 tinha registrado o pior 1º semestre da série histórica, com 2.534 focos de incêndio. Já os números deste ano superam em quase 40% o acumulado nos seis meses do ano recorde de queimadas no bioma.Imagens registradas por um drone mostram mais um cenário devastador causado pelo fogo que tem destruído o Pantanal. Uma ponte de madeira, que passava pelo Rio Negro, na região da Estrada Parque Pantanal, em Corumbá (MS), desapareceu após ser atingida pelos incêndios na região.Ponte desapareceu em Corumbá (MS)IHP/ ReproduçãoHistoricamente, a temporada de fogo no Pantanal começa entre o fim de julho e o começo de agosto, momento mais seco do inverno. Entretanto, o período foi antecipado devido à longa estiagem enfrentada pelo bioma e às mudanças climáticas, segundo especialistas.Doze fazendeiros vão ser investigados pelo Ministério Público por terem sido identificadas como ponto de início do fogo no Pantanal. Segundo o órgão, as causas do fogo ainda não foram identificadas e caso seja provado que houve incêndio intencional, os proprietários podem responder por crime ambiental.Neste momento, forças estaduais e federais e trabalhadores de ONGs atuam no combate aos incêndios no Pantanal. Marinha, Exército, Corpo de Bombeiros, brigadistas voluntários, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros combatentes estão em atuação contra às chamas.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: