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TCDF pede suspensão do processo de privatização da Rodoviária do Plano

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) pediu a suspensão do edital que trata da privatização da Rodoviária do Plano Piloto.


Foto: Metrópoles

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) pediu a suspensão do edital que trata da privatização da Rodoviária do Plano Piloto. A Corte avalia que há mudanças e adequações a serem feitas no certame antes da continuidade do processo.

A conselheira Anilcéia Machado, relatora do pedido de suspensão, avaliou em seu voto que a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob-DF), ao realizar a reabertura do edital em 13 de maio deste ano, concedeu apenas 9 dias adicionais para entrega dos envelopes com as propostas dos interessados. O ideal seriam 60 dias.

Além disso, a conselheira entendeu que há mudanças a serem feitas no certame para alterar o percentual mínimo de outorga para 3,91% da receita bruta.

“Há, todavia, necessidade de suspensão do certame, tendo em vista restarem modificações a serem feitas no edital que interferem na formulação das propostas, relativas à retificação da subcláusula 16.3 do edital, para alterar o percentual mínimo de outorga para 3,91% da receita bruta, refletido na planilha econômico-financeira do negócio referencial da licitação. Em decorrência dessa constatação, deve-se proceder à reabertura do prazo original de 60 dias para a apresentação de propostas, pois, como consignado pelo órgão técnico, a reabertura de 13.05.2024 concedeu apenas 9 dias adicionais para a entrega dos envelopes”, escreveu Anilcéia.

Os outros conselheiros acompanharam o voto da relatora. Para o Tribunal, caso a Semob prefira manter os termos originais do edital sem a implementação das medidas determinadas, a pasta deverá encaminhar justificativas à Corte, permanecendo o certame suspenso até nova deliberação dos conselheiros.

Concessão da Rodoviária

Em abril deste ano, o projeto de privatização da Rodoviária de Brasília entrou novamente na mira do TCDF. A Corte havia autorizado a licitação com ressalvas, em 2023, no entanto, diante de indícios de irregularidades e a ausência dos impactos da taxa de acostagem dos ônibus, retomou a fiscalização.

Os efeitos da taxa de acostagem no terminal têm sido uma das principais preocupações da privatização. A princípio, o licitante terá o direito a receber pelo estacionamento dos coletivos. Desta forma, a mudança vai pesar no bolso das empresas de ônibus. E, por isso, há risco de aumento da tarifa técnica paga pelo DF ou mesmo das passagens, afetando diretamente a vida dos usuários.

A ameaça de impactos para os cofres públicos e passageiros motivou fortes críticas na Câmara Legislativa (CLDF). Inicialmente, a Semob argumentou que a taxa de acostagem estaria contemplada na nova licitação do sistema público de transporte.

Nova licitação versus prorrogação

Contudo, em 2023, o GDF não lançou nova licitação. Pelo contrário, prorrogou por mais 10 anos os contratos vigentes com as empresas de ônibus. Ou seja, o argumento apresentado para pacificar o temor sobre os impactos da taxa de acostagem foi derrubado pelo próprio governo.

Outro ponto determinante para a reabertura do processo é a ausência de parecer do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF (Condepac-DF), vinculado à Secretaria de Cultura. Pelo fato de a rodoviária também fazer parte do patrimônio cultural do DF, em tese, o projeto de concessão precisa ser analisado pelos conselheiros.

Câmara

O Projeto de Lei (PL) nº 2.260/2021 concede a Rodoviária do Plano Piloto à iniciativa privada por 20 anos. O texto foi aprovado pela CLDF, quando recebeu 16 votos a favor e 7 contrários. O objetivo da proposta é atuar em quatro eixos principais: recuperação, modernização, conservação e exploração do local.

O GDF prevê como receita da concessão com a tarifa de acostagem, por ano, R$ 11 milhões. No debate para a votação, os deputados da oposição alegam que, com esse custo a mais, o preço das passagens terá aumento. Já o governo nega, afirmando que pode dar equilíbrio às contas subindo o valor da tarifa técnica, que é paga pelo GDF.

O vencedor poderá explorar:

Além disso, a empresa tem como obrigação fazer uma "reforma estrutural" na rodoviária. Entre as ações, estão previstas:

Metropoles

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