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Política

Justiça condena ex-PM e advogada por atrapalhar as investigações sobre a morte de Marielle

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O ex-PM Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira, foram condenados a 4 anos e 6 meses de prisão por obstrução das investigações. Os dois trabalharam para incriminar o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica. PF conclui que PM tentou atrapalhar a investigação da morte de Marielle

A Justiça do Rio condenou o ex-PM Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira por obstrução das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Os dois foram condenados a 4 anos e 6 meses de prisão. Apesar de, com essa pena, estarem autorizados a iniciarem o cumprimento no regime semiaberto, o juiz determinou que a pena seja cumprida no regime fechado.

O juiz justifica a medida dizendo que a obstrução de uma investigação que envolvia uma organização criminosa, e que gerou diversas diligências que atrasaram por 8 meses o inquérito policial de um caso de relevância nacional, o caso Marielle, não foi um fato simples.

Um relatório da Polícia Federal sobre a investigação das mortes de Marielle e Anderson Gomes apontou que o ex-PM Ferreirinha mentiu ao acusar, em depoimento à polícia, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, de ter planejado o crime junto com o vereador Marcelo Siciliano.

De acordo com a Polícia Federal, Ferreirinha era segurança de Orlando Curicica, e estava com medo de ser assassinado depois de romper com a milícia chefiada pelo ex-chefe.

Ex-PM e miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica

Reprodução

O ex-PM também pretendia tomar para si os territórios dominados por Curicica, que estava preso por um outro crime.

Ao acusar Curicica de envolvimento na morte de Marielle, diz a PF, Ferreirinha pretendia que o miliciano fosse transferido para um presídio federal de segurança máxima fora do Estado do Rio.

Ainda segundo a investigação da PF, a advogada Camila Nogueira fez os primeiros contatos com a polícia para levar Ferreirinha para depor, já sabendo que o ex-PM daria uma versão falsa. Esse inquérito da PF, concluído em 2019, ficou conhecido como "a investigação da investigação".

Em depoimento à Polícia Federal, Ferreirinha admitiu que mentiu ao acusar Curicica. Camila também confessou à PF que arquitetou o plano junto com Ferreirinha.

No entanto, ao serem interrogados na Justiça, os dois negaram essa versão dada à PF. Mesmo assim, o juiz entendeu que as provas dos autos eram suficientes para condená-los.

A GloboNews tentou contato com as defesas do ex-PM Rodrigo Ferreira e da advogada Camila Nogueira, mas até a última atualização desta reportagem não houve retorno.

G1 nacional

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