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Política

Empresa processa CBF, Santos FC, prefeitura e governo de SP por seis ônibus incendiados após rebaixamento do time

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Viação Piracicabana pede indenização por danos materiais após torcedores atearem fogo nos veículos na cidade do litoral paulista. Valor da ação é de R$ 500 mil. Confusão após Santos ser rebaixado para a Série B

A viação Piracicabana, empresa responsável pelo transporte coletivo de Santos, no litoral de São Paulo, processou a prefeitura de Santos, o governo de São Paulo, o Santos Futebol Clube e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelos seis ônibus incendiados por torcedores após o rebaixamento do time para a Série B do Campeonato Brasileiro, em dezembro de 2023.

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Conforme apurado pelo g1, na época, foram registrados incêndios nos seis ônibus, além de seis carros e uma ambulância. Na ocasião, o policiamento foi reforçado na região da Vila Belmiro e, ainda assim, houve confusão com torcedores.

A ação, obtida pela equipe de reportagem, foi distribuída pela 3ª Vara da Fazenda Pública de Santos (SP). No processo, a empresa pede a reparação dos danos materiais aos governos, ao clube e à confederação. O valor da causa é de R$ 500 mil.

Viação Piracicabana pede indenização por danos materiais após ônibus serem incendiados por torcedores em Santos (SP)

Reprodução e Silvio Luiz/g1 Santos

No documento, a Piracicabana alegou ter atendido a um pedido da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da cidade para a partida. Segundo a empresa, todas as linhas que atendem o Estádio Urbano Caldeira foram mantidas e, ainda, houve a inclusão de uma linha extra, específica para o jogo.

A companhia relatou também que, diante da "conduta omissiva" dos réus em relação ao caso, não teve outra opção senão propor a ação.

Ao g1, o Santos FC e o governo de SP afirmaram ainda não terem sido citados no processo (confira os posicionamentos completos abaixo). A equipe de reportagem também procurou a Piracicabana, a prefeitura e a CBF, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Danos materiais

Para embasar o pedido, a Piracicabana alegou que a CBF é a "principal responsável por organizar o Campeonato Brasileiro" que deu origem à partida, assim como o Santos FC é o proprietário do estádio que sediou o jogo. A empresa também citou a Lei Geral do Esporte para incluir o clube e a confederação no processo.

"As organizações esportivas regionais responsáveis diretamente pela realização da prova ou da partida, bem como seus dirigentes, responderão solidariamente com as organizações esportivas que disputarão a prova ou a partida e seus dirigentes, independentemente de culpa, pelos prejuízos causados ao espectador decorrentes de falhas de segurança nos estádios", mencionou a companhia.

A Piracicabana também citou a Prefeitura de Santos e o Estado de São Paulo como "responsáveis por garantir a segurança pública local, não só dos espectadores da partida, mas também do patrimônio e da ordem pública".

O que dizem os acusados

Em nota, o Santos Futebol Clube afirmou que apresentará defesa no "momento oportuno", mas pode adiantar que "não tem qualquer responsabilidade nos eventos mencionados na matéria".

Ao g1, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), afirmou que a PM realiza reuniões preparatórias para atuação em cada evento, incluindo nos jogos de futebol, "as quais envolvem diversos órgãos públicos, representantes do estádio, torcidas e moradores locais".

De acordo com a SSP-SP, esse planejamento abrange não apenas os estádios, mas também outros locais, como terminais de ônibus, estações de metrô e áreas propensas a confrontos entre torcidas.

"Na data mencionada foi necessária ação de Controle de Distúrbios Civis, visando manter a ordem pública. O confronto resultou em seis ônibus, uma ambulância, cinco automóveis incendiados, além de dois ônibus e três veículos depredados. Onze policiais militares ficaram feridos, três cavalos da cavalaria do 2º BAEP lesionados e três viaturas foram danificadas".

O rebaixamento

Imagens exclusivas mostram ataques durante o rebaixamento do Santos FC

O Santos foi derrotado em casa pelo Fortaleza, pelo placar de 2 a 1, no dia 6 de dezembro de 2023. Com o resultado, o time da Vila Belmiro acabou ficando na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro, sendo rebaixado para a Série B da competição.

Antes mesmo do apito final da partida, um grupo de torcedores do Santos atirou pedras, coquetéis molotov e outros objetos contra a Vila Belmiro e policiais que estavam na região.

Na sequência, os policiais reagiram com bombas de efeito moral e gás de pimenta, na tentativa de conter a situação.

Torcedores se organizam contra a polícia, em Santos

Helicópteros e a cavalaria da Polícia Militar foram acionados para reforçar a segurança. Um vídeo mostra torcedores se organizando contra os policiais em frente a um hospital da cidade (assista acima).

Durante o confronto, enquanto os torcedores se afastavam do estádio, o tumulto continuou nas proximidades do bairro, com ônibus e automóveis sendo incendiados. Lixeiras, placas e até mesmo residências também foram alvos de ataques.

Ônibus foi incendiado após rebaixamento do Santos na Série B

Silvio Luiz/g1 Santos

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