G1 nacional
Sarah Winck, coordenadora do curso de Gastronomia da Unisinos, gerencia o preparo e envio de refeições para igrejas, quilombos, e outros locais que estão servindo como abrigo. No time, alunos, egressos e professores se unem para dar de comer a quem precisa. Coordenadora do Curso de Gastronomia da Unisinos fala sobre atendimento aos atingidos pela enchenteEsta voluntária tão importante para o Rio Grande do Sul, para Porto Alegre. Ela é a Sara Winck, coordenadora do curso de Gastronomia aqui da Unisinos. E ela está coordenando também esse trabalho bonito que vocês acompanharam ao longo do Jornal Nacional, de produção e também de distribuição de alimentos.William Bonner - Sara, para quem vão essas refeições que vocês estão produzindo hoje? Sara Winck - A gente está com essa frente aqui em Porto Alegre, suprindo as demandas que estão vindo de vários lugares, seja quilombos, igrejas e outros locais que estão como abrigos e também com a linha de frente que está nas buscas. Batalhão de Choque, Polícia Civil e tudo o que chega de demandas para nós, a gente se organiza para conseguir atender. A gente tem uma preocupação muito grande com isso, porque a alimentação, ela é um direito humano e a gente está num momento em que as pessoas precisam comer. William Bonner - Sem dúvida, aqui em Porto Alegre são 2 mil refeições. E mais 10.000 lá em São Leopoldo, que tem uma estrutura maior. Quantas pessoas efetivamente estão envolvidas na produção das refeições aqui em Porto Alegre?Sara Winck - Aqui em Porto Alegre a gente está com uma equipe em torno de 20 pessoas na produção. William Bonner - Como é que vocês chegaram a esse número? Sara Winck -Esse número, então, são pessoas, são voluntários que são nossos alunos, nossos egressos e nossos professores, alunos e egressos dos cursos de gastronomia e nutrição e professores de ambos cursos e também de outros cursos da universidade. E a gente chegou nesse número experienciando durante a semana. E teve um dia que nós chegamos a 30 voluntários dentro da cozinha e a gente começou a se atrapalhar porque tinha muita gente. Então a gente diminuiu essa quantidade de pessoas e conseguiu estabelecer um fluxo onde a gente otimiza o nosso processo de produção e a gente consegue atender tudo que vem de demanda pra nós. Então o número foi estabelecido pelo que a gente passou, pelos os processos que a gente foi dia a dia organizando. William Bonner - Agora, enquanto eu apresentava aqui o Jornal Nacional - pela primeira vez na história de uma cozinha - eu convivi com um cheirinho delicioso de chocolate e eu sei de onde ele vem, porque eu estou vendo ali uma colherada linda , e também um cheirinho bom de frango. Amanhã é o dia das mães. Qual vai ser o cardápio? Tem novidade? Sara Winck - Tem novidade. A gente se preocupa com isso e a gente acredita quando a gente cozinha, que a comida é um conforto para as pessoas, a comida abraça as pessoas e a gente está vivendo um momento tão difícil que a gente precisa fazer com que isso seja um alento pra essas pessoas. Então a gente preparou um fricassê de frango com batata palha e aqui um bolinho de chocolate com um doce de leite, que ele vai ser enviado não só para as mães, mas pra todas as pessoas, porque é um dia simbólico. Mas a gente sabe que a gente precisa espalhar amor para todos que estão passando por esse momento difícil. A gente está organizando esses preparos todos com muito carinho, com uma mensagem que também vai ser enviada e a gente estará de alguma forma, a aquecer o coração de quem tá precisando. William Bonner - Eu estou ouvindo. Eu não sei se você está ouvindo, mas o Brasil está dizendo para você: "Parabéns, Muito obrigada".