'Meu sobrinho não é ladrão', diz tia de vigilante baleado por policial militar dentro de posto da Guarda Municipal na Pampulha

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'Meu sobrinho não é ladrão', diz tia de vigilante baleado por policial militar dentro de posto da Guarda Municipal na Pampulha
De acordo com a família, Bruno Adão Gomes da Silva perdeu a visão do olho direito. Caso está sendo acompanhando pela corregedoria da PMMG. Bruno Adão Gomes da Silva foi baleado dentro de posto da Guarda Municipal na Pampulha

Arquivo Pessoal

"O meu sobrinho não é ladrão! Ele é trabalhador, é casado, pai de três filhos." O desabafo é de Cintia Maria Arcanjo, tia de Bruno Adão Gomes da Silva, que foi baleado na tarde deste sábado (30), dentro de um posto da Guarda Municipal, em frente à Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. O suspeito de atirar é o policial militar Aldir Gonçalves Ramos.

De acordo com o boletim de ocorrência, o militar alegou que estava perseguindo Bruno por tentativa de roubo. Porém, pessoas que passavam pelo local contaram que a confusão começou após uma briga de trânsito entre os dois. A mesma versão foi contada pela vítima aos familiares.

Cintia Maria é tia do vigilante baleado por policial dentro de posto da Guarda Municipal

"Ele contou que estava indo jogar futebol e sem querer fechou o motorista no trânsito. O homem desorientado foi tentar pegar ele, tiveram uma luta corporal. Ele jogou a arma do motorista para outro lado e correu para a unidade, onde ele foi alvejado", disse a tia de Bruno.

Imagens mostram o momento que o Aldir Gonçalves Ramos dá um soco no vidro do carro da vítima, o vigilante Bruno Adão Gomes da Silva. Em seguida, o vigilante sai do carro e eles caem no chão durante uma briga. Bruno chega a jogar a arma do militar na via.

Homem é baleado por policial em BH

Testemunhas afirmaram que a vítima fugiu do militar e tentou se esconder em uma base da Guarda Municipal, mas o PM entrou no local e atirou nele.

Segundo a família, Bruno perdeu a visão de um dos olhos, por causa do tiro que levou. Ele continua internado no Hospital João XXIII.

"Tem que ter justiça. Esse policia tem que ser punido. Não pode ficar assim. Ele não é digno de ficar na rua para proteger as pessoas", afirmou Cíntia.

O que diz a Guarda Municipal?

"Por volta das 14h deste sábado, um homem invadiu a Unidade de Segurança Preventiva (USP) da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) instalada na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na Pampulha. Quando o guarda municipal que estava de plantão no local iria abordar o desconhecido, um segundo homem invadiu a unidade, alegando ser um policial militar à paisana do Batalhão de Choque e que estava perseguindo o primeiro, por tentativa de roubo. O militar entrou então em luta corporal com o suposto foragido, dentro da unidade da Guarda Municipal. Um disparo da arma do militar atingiu o homem na testa. O SAMU foi acionado e encaminhou o desconhecido para o Pronto-Socorro do Hospital João XXIII."

O que diz a Polícia Militar?

"A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que o policial militar da ativa, de folga e à paisana, envolvido no REDS nº 2023-045849646-001, foi conduzido à Delegacia da Polícia Civil, por tratar-se de crime comum e não militar. Após ratificação da prisão em flagrante pelo crime de lesão corporal, o militar segue preso em uma unidade da corporação. A PMMG informa, ainda, que a Corregedoria da instituição acompanha o caso".

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