Questionado por vereadores, Fuad não responde a perguntas sobre Stock Car em BH

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Questionado por vereadores, Fuad não responde a perguntas sobre Stock Car em BH
Prefeito de Belo Horizonte esteve na Câmara Municipal de Belo Horizonte na manhã desta quarta-feira (27) para prestar contas do exercício de 2023. Prefeito Fuad Noman esteve durante prestação de contas na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Elton Lopes/TV Globo

Em meio a protestos de ambientalistas, o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) esteve na Câmara Municipal da capital nesta quarta-feira (27) para prestar contas sobre o exercício de 2023. Ele não respondeu sobre a realização da Stock Car na capital, alvo recente de polêmica.

Ele foi questionado pelo vereador Bruno Pedralva (PT), ligado a movimentos em prol do meio ambiente. Ele citou o estudo do governo federal que apontou Belo Horizonte como a capital que mais esquentou em 2023 e perguntou sobre medidas para amenizar as altas temperaturas.

"Diante [de Belo Horizonte] ser a capital que mais esquentou no Brasil, a questão da nossa política ambiental, prefeito. [...] [Precisamos de medidas] para abaixar nossa temperatura e manter nossas árvores é fundamental para isso. [...] Com relação à Stock Car, conseguimos fazer em outro local que não o Mineirão?", questionou o vereador Bruno Pedralva (PT).

O vereador se referiu à retirada de mais de 60 árvores do entorno do Mineirão para que as vias recebam a etapa da Stock Car na capital durante quatro dias do mês de agosto.

O prefeito evitou falar da Stock Car, mas disse que a prefeitura implantou 65 jardins de chuva, medida iniciada ainda na gestão de Alexandre Kalil (PSD), e que há planejamento de refúgios climáticos para a cidade.

"Quanto à questão das árvores, [...] seria bom visitar o site da Secretaria de Meio Ambiente porque lá está escrito onde foi plantada as mais de 20 mil árvores no ano passado. É só acessar, o site é público", respondeu o prefeito.

Árvores maduras x mudas

A vereadora Iza Lourença (Psol) insistiu no questionamento, levantando pontos sobre o maior impacto ambiental de árvores maduras na comparação com mudas que ainda vão crescer. O prefeito reafirmou que o Executivo realiza o replantio e a manutenção das novas espécies.

Ambientalistas e instituições que contestam a realização da Stock Car, como é o caso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dizem que há falta de diálogo entre a prefeitura e a população sobre o tema.

Manifestantes protestaram contra corte de árvores para a Stock Car em BH.

Fábio Venâncio/TV Globo

Dengue

Além das questões envolvendo o meio ambiente e o plantio de árvores, foram levantados assuntos como a epidemia de dengue e a destinação do Aeroporto Carlos Prates.

O vereador Álvaro Damião (União Brasil) questionou sobre a situação da doença na cidade.

O secretário de Saúde, Danilo Borges, disse que a prefeitura já vinha acompanhando a previsão de alta de casos de dengue e o investimento preventivo já reservado. Ressaltou, ainda, que o número de mortes foi baixo considerando o tamanho da cidade. Até o momento, foram 20 óbitos registrados.

Por fim, destacou que a perspectiva é de melhora para os próximos anos, com a vacinação massiva contra a doença.

Carlos Prates

Adversários políticos, presidente da casa, Gabriel (MDB), e Fuad Noman (PSD) conversaram durante prestação de contas.

Fábio Venâncio/TV Globo

Já o vereador Bráulio Lara (Novo) perguntou sobre o Aeroporto Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O parlamentar citou impactos do encerramento das atividades para a formação de pilotos e voos de pequeno porte.

O prefeito ressaltou que a iniciativa do fechamento do aeroporto não partiu do Executivo municipal, mas que se posicionou contra a venda do terreno.

"Se o governo federal, que é o dono do terreno, quiser fazer lá um empreendimento, a Prefeitura vai estar atenta. Nos autorizaram o parque, vão autorizar ainda os equipamentos públicos e o grupo tem seis meses para definir o que vão fazer lá. Moradia, mobilidade urbana, esse grupo quem vai definir", esclareceu.

Pedido de desculpas

Adversários políticos, o presidente da Câmara Municipal, o vereador Gabriel (MDB), e o prefeito Fuad Noman (PSD) levantaram a "bandeira branca" durante a reunião desta quarta-feira. Os dois são pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte.

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O presidente da Câmara disse que a situação atual é de normalidade, de diálogo entre os poderes. Logo em seguida, ele aproveitou o momento para pedir desculpas ao secretário municipal Josué Valadão, a quem chamou de "bandidão" em agosto do ano passado.

"De público, eu devo desculpas ao senhor, pelos termos em excesso que eu cometi. Discordo vigorosamente de algumas pautas que a Prefeitura de Belo Horizonte têm, mas, na postura de chefe do Poder Legislativo, eu não tenho nenhum compromisso com o erro", disse.

Gabriel ainda falou que "pessoas má intencionadas" criaram um "abismo" entre a Prefeitura e a Câmara.

Ele se referiu ao deputado federal e secretário do governo Romeu Zema (Novo) Marcelo Aro, que lidera uma parcela dos parlamentares na casa, que acabou se tornando aliada de ocasião da prefeitura.

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