PM que matou jovem na frente dos pais é condenado a 21 anos de prisão; policial que fraudou processo recebe sentença de 6 anos
.
Marcos Laurindo da Silva foi morto a tiros, aos 21 anos, dentro da casa onde morava, no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, em 2013. Marcos Laurindo tinha 21 anos quando foi morto, em 2013Acervo pessoalO Tribunal de Justiça de Pernambuco condenou, nesta quarta-feira (21), os dois policiais militares envolvidos na morte do jovem Marcos Laurindo da Silva, assassinado a tiros na casa onde morava, no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife. A vítima tinha 21 anos e estava na companhia dos pais e de uma criança de 2 anos quando foi morto, em 2013.? Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp.O ex-PM Diogo Pereira de Barros, que atirou no jovem, foi condenado a 19 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa da vítima) e porte ilegal de arma de fogo. Ele também foi sentenciado a dois anos de detenção, inicialmente em regime fechado, por fraude processual. No total, são 21 anos de prisão.Já o policial Paulo Sérgio da Silva recebeu a sentença de quatro anos de reclusão por falso testemunho e dois anos de detenção por fraude processual, em regime semiaberto. Ele também chegou a ser processado por porte ilegal de arma, mas acabou absolvido desse crime. Ao todo, a pena é de seis anos.O júri popular, presidido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, começou na terça-feira (20), no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central da capital pernambucana.Diogo foi excluído da Polícia Militar em maio de 2015, após responder a um processo disciplinar na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), no qual foi considerado responsável pelo homicídio.Paulo cumpriu pena de 30 dias de prisão administrativa por tentar acobertar o crime, "corroborando com a falsa existência de arma de fogo na cena", de acordo com a secretaria.O g1 tenta contato com as defesas de Diogo Pereira de Barros e Paulo Sérgio Reis da Silva.PMs envolvidos na morte de jovem dentro de casa na frente dos pais são julgados dez anos após o crimeO julgamentoSegundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE):O julgamento é presidido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima; No primeiro dia, foram ouvidas cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pelo assistente de acusação, incluindo os pais da vítima;Na sequência, foram interrogados os dois réus, e as atividades seguiram até quase 22h;O júri popular foi retomado às 9h desta quarta (21), com o início da fase de debates entre o MPPE e os representantes da defesa dos réus;Encerrada a fase de debate, a magistrada se reuniu com o Conselho de Sentença, formado pelos sete jurados, numa sala secreta, para decidir se os réus eram culpados ou inocentes das acusações, voltando depois ao plenário para ler a sentença.O casoMarcos Laurindo foi assassinado no dia 17 de maio de 2013, na Avenida Padre Mosca de Carvalho, na comunidade Bola na Rede, no bairro da Guabiraba.De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a investigação realizada pela Polícia Civil indicou que Marcos Laurindo estava bêbado quando os policiais Diogo Pereira e Paulo Sérgio pararam a viatura em frente à casa do jovem.Após abordagem inicial, Marcos Laurindo entrou correndo dentro de casa, sendo seguido pelo policial Diogo Pereira. Dentro da residência, o policial disparou três tiros à queima-roupa contra a vítima, que morreu no local, em frente aos pais e a uma criança de dois anos.O jovem ainda foi levado pelos policiais ao Hospital Agamenon Magalhães, no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife, mas já tinha morrido quando chegou à unidade.De acordo com o MPPE, os PMs contaram, durante a investigação do caso, que Marcos Laurindo resistiu à abordagem e disparou contra a viatura, mas a versão foi descartada pela Polícia Civil, com base nas provas encontradas no local do crime e relatos de testemunhas;A investigação também apontou que Paulo Sérgio não participou diretamente da morte da vítima, mas mentiu durante a apuração do caso, para sustentar a versão apresentada por Diogo Pereira de Barros.Segundo o Gabinete Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), que representa a família da Marcos Laurindo no caso, Diogo, autor dos disparos, foi excluído da Polícia Militar após responder a um processo disciplinar na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social. Paulo Sérgio da Silva foi punido com 30 dias de prisão administrativa por tentar acobertar o crime, "corroborando com a falsa existência de arma de fogo", mas permanece na corporação, segundo o Gajop.Os dois acusados responderam o processo em liberdade, após a justiça negar o pedido de prisão preventiva solicitado pelo MPPE em 2014.VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias