PF vê MPF jogando contra delação de Cid na investigação dos atos golpistas
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Procurador da República avalia que acordo, firmado pela Polícia Federal e homologado pelo STF, é fraco em relação às condutas de Jair Bolsonaro, e pede mais diligências. Para fontes da PF, declaração é tentativa de defender exclusividade do Ministério Público nesse tipo de negociação. Tenente Coronel Mauro Cid durante depoimento na CPI.TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDOO avanço da apuração das informações da delação de Mauro Cid acirrou a guerra nos bastidores entre Polícia Federal e Ministério Público no que tange a acordos de colaboração premiada.Segundo o blog apurou, investigadores da PF veem o Ministério Público Federal "jogando contra" a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na investigação dos atos golpistas. A avaliação ocorre após o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos ter afirmado à revista Veja que o depoimento de Cid "é fraco". O blog procurou Frederico Santos, que confirmou a informação dada a revista. Relembre o depoimento de Mauro Cid Ao blog, ele contou que pediu novas diligências visando "desvendar a questão de crimes contra a democracia". Esse procedimento é usado pela PGR, por exemplo, para solicitar esclarecimentos sobre questões relacionadas à delação. Nos últimos meses, Mauro Cid disse à Polícia Federal que Bolsonaro fez reuniões no Alvorada para consultar integrantes da Marinha e das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe militar.Porém, sobre uma eventual denúncia de Bolsonaro no caso, o subprocurador afirmou que não tem como dizer que seja algo iminente. "Depende do que surgir dessas diligências". Para investigadores da PF, MP está reagindo por não ter participado da elaboração do acordo-previsto em lei e, agora, quer "marcar posição contrária " ao criticar a delação e pedindo diligências que podem ser "desnecessárias"- já que a corroboração dos fatos relatados pelo colaborador são uma praxe da PF- como o caso Marielle.