Brasileiro mostra quarto de segurança em Israel e lamenta falta de contato com filhos na guerra: 'de chorar'; VÍDEO

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Brasileiro mostra quarto de segurança em Israel e lamenta falta de contato com filhos na guerra: 'de chorar'; VÍDEO
Marcelo Podegaietz contou que sirenes de alerta tocam todos os dias em Tel Aviv. Ele mostrou ao g1 detalhes do abrigo dentro da própria casa. Brasileiro mostra quarto de segurança em Israel

Mais de uma semana após o início da guerra em Israel, no Oriente Médio, as sirenes de alerta seguem frequentes em Tel Aviv. O santista Marcelo Podegaietz contou ao g1, nesta segunda-feira (16), que a situação está piorando com o decorrer dos dias. O brasileiro, que mora no país há 24 anos, fez um vídeo do "quarto de segurança" - local onde as pessoas devem ir ao escutarem sirenes - dentro da casa dele (assista acima).

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"Todo dia toca sirene. Significa que todo dia o Hamas continua jogando bomba em Tel Aviv, mas graças a Deus a gente tem um interceptor de mísseis que funciona bem", disse o gerente de vendas.

Israel começou a ser bombardeado pelo movimento islâmico Hamas no último dia 7 e declarou guerra. Marcelo é de Santos, no litoral de São Paulo, mas foi para o país no Oriente há duas décadas, onde teve quatro filhos, sendo dois homens e duas mulheres, com uma brasileira.

A filha mais nova, de 15 anos, é a única que não está no Exército durante a guerra. De acordo com ele, o cômodo que serve de abrigo antibomba da casa é no quarto dela. "A gente tem dois minutos [para ir ao local após a sirene]. Cada cidade tem um tempo", explicou o brasileiro, que mora no norte de Tel Aviv.

Brasileiro mostra quarto de segurança em Israel

Arquivo Pessoal

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Ao contrário da caçula, os outros três filhos estão longe da proteção dos pais. Eles atuam de forma direta e indireta na guerra, pois foram convocados pelo Exército. Por isso, a família quase não consegue falar com eles.

"O contato com os filhos é uma coisa de chorar, é um contato totalmente limitável. É uma vez por dia ou uma vez a cada dois dias e não é um contato normal", lamentou.

De acordo com ele, quando ocorre alguma ligação, ela dura de 10 a 30 segundos. No entanto, algumas vezes a única coisa que Marcelo recebe dos filhos é uma mensagem de poucas palavras: "Oi pai, está tudo bem. Eu te amo", descreveu o santista. "É melhor do que nada. Você começa a dar valor para as coisas que não dava antes", afirmou.

Segundo Marcelo, a situação tem piorado com o passar do tempo de guerra. "O comércio está 100% fechado, não tem lojas abertas, o sistema educacional inteiro do país está funcionando de forma mais precária do que na época do coronavírus", afirmou, dizendo que as aulas online são curtas.

Filhos de Marcelo Podegaietz (na foto ainda crianças) nasceram em Israel. Atualmente, eles tem idade entre 15 e 23 anos

Arquivo Pessoal

"O governo de Israel recrutou 380 mil homens, que é um número muito alto. Então, somando com o que tinha, a gente tem mais de meio milhão de soldados hoje na frente. Só que desses 380 mil, tem donos de comércio, pais de família e temos todas as profissões liberais, advogados e professores", disse Marcelo. Segundo ele, o mercado econômico de Israel está afetado, pois falta mão de obra.

O santista explicou ainda que ele e a esposa trabalham de forma remota em casa, mas o casal têm enfrentado dificuldade na hora de fazer as compras. "No supermercado, infelizmente, ainda está faltando bastante alimento básico", ressaltou. Segundo Marcelo, ele precisou ir em três mercados diferentes para encontrar caixas de leite, por exemplo.

Para ele, a situação de guerra preocupa. "O Exército do Hamas está totalmente escondido debaixo da terra, em Gaza. Só que eles tão num abrigo subterrâneo normal. Eles construíram os abrigos debaixo de mesquitas, de escolas, debaixo de hospitais", descreveu o brasileiro. O santista teme os próximos passos da guerra, pois diz que os israelenses já recebem ataques do grupo Hezbollah.

Marcelo Podegaietz é casado com uma brasileira e mora em Israel há 24 anos

Arquivo Pessoal

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