São Paulo — A força-tarefa que investiga a morte do inimigo do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach tenta entender a relação de amizade entre a namorada dele, Maria Helena Paiva Antunes, e uma suposta companheira de um dos principais suspeitos do crime, o traficante Emílio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como Cigarreiro e Bill.
Maria Helena estava com Gritzbach no momento em que ele foi assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Os dois voltavam de uma viagem a passeio a Maceió, acompanhados de um segurança.
De acordo com as investigações, a namorada de Gritzbach e “Yaya”, conversavam frequentemente via WhatsApp. Ambas são modelos e influencers.
No Instagram, rede em que possui cerca de 280 mil seguidores, Yaya exibe fotos com artigos de luxo e em viagens internacionais. A mulher possui uma marca de roupas. Em diversas postagens, Maria Helena aparece fazendo propaganda dos produtos da amiga.
Em agosto, dois meses antes do assassinato, Maria Helena chegou a fazer uma homenagem a ao namorado e à melhor amiga.
“São Paulo me trouxe 2 presentes, que são amores da minha vida e que eu sou apaixonada. Um [dos presentes] é a minha melhor amiga, que é a Yasmin [Â…] Também me trouxe o meu namorado, a gente está junto vai fazer 1 ano e 1 mês. [Ele] também é o amor da minha vida, sou muito feliz e grata a Deus por isso”, escreveu.
Não há informações sobre quando e como ela teria conhecido Cigarreiro. A mulher ainda não foi ouvida pela Polícia Civil.
Cigarreiro
Segundo autoridades ligadas à investigação, Cigarreiro seria um dos principais traficantes da facção em São Paulo e teria interlocução inclusive com facções cariocas, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), rivais do PCC.
"Ele entra e sai no Rio de Janeiro quando quiser. Vende droga para quem quiser no Rio, tanto CV quanto TCP", afirma um integrante da força-tarefa. “Gritzbach morria de medo dele”, acrescenta.
Cigarreiro não possui mandados de prisão em aberto, portanto não é oficialmente procurado pela polícia.
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O suspeito pertenceria ao núcleo do PCC ligado a Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, morto a tiros em dezembro de 2021 e à empresa de ônibus UpBus, usada para lavar dinheiro.
Vinícius Gritzbach era apontado pela facção como o mandante do crime. Ele havia ficado responsável por investir R$ 100 milhões do PCC em criptomoedas, mas teria desviado o dinheiro e passou a ser cobrado por Cara Preta.
Após o homicídio, Gritzbach foi sequestrado por integrantes do PCC e levado a um centro de treinamento pertencente a Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, agente de futebol ligado à facção.
Cigarreiro teria participado, em 2022, do sequestro e do julgamento de Gritzbach, assim como Cláudio Marcos de Almeida, o Django; Rafael Maeda, o Japa; e Diego dos Santos Amaral, o Didi; sob a tutela de Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, apontado como chefe da célula do PCC na UpBus.
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