Armênia ratifica adesão e reconhece tribunal internacional que quer prender Putin
.
Os países signatários Tribunal Penal Internacional devem cumprir as decisões da corte. O que significa que o presidente russo pode ser preso por crimes de guerra caso visite a Armênia. Armênia ratifica adesão e reconhece tribunal internacional que quer prender PutinInsatisfeitos com a postura da Rússia, que se apresentava como uma promotora da paz na região de Nagorno Karabakh, parlamentares da Armênia decidiram ratificar nesta terça-feira (3) o Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI). Com a decisão, agora Vladimir Putin pode ser preso por crimes de guerra caso visite o ex-país soviético.Em tese, os países signatários desse estatuto devem cumprir as decisões da corte.A decisão acentua o distanciamento com Moscou, que historicamente garantiu a segurança da Armênia. Cresce a insatisfação com a recusa da Rússia em interferir no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão, que atravessa décadas.Mapa da região Nagorno Karabakh.Reprodução/Jornal da GloboO porta-voz do Kremlin criticou a decisão, chamou-a de "incorreta" e afirmou que as relações com a Armênia, uma "nação amiga" que já fez parte da União Soviética, devem passar por mudanças. Durante uma entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, um representante da Cruz Vermelha relatou que toda a região está praticamente vazia e que o serviço em hospitais e serviços de saúde foi paralisado por falta de funcionários e insumos, após uma ofensiva azerbaijana."O pessoal médico foi embora. O diretor do necrotério e os gestores com quem trabalhávamos antes também foram embora. Esse cenário é bastante surreal", disse Marco Succi.Desde a ofensiva azerbaidjana, mais de 100 mil pessoas deixaram Nagorno Karabakh, a grande maioria de etnia armênia. Depois do conflito, o grande êxodo de refugiados seguiu para a Armênia, que agora pede à União Europeia que adote sanções contra o Azerbaijão.O governo armênio pediu que o bloco traga respostas duras, como limites de preços nos setores de petróleo e gás. População tentando sair de Nagorno Karabakh, após ofensiva do Azerbaijão.Reprodução/Jornal da Globo"Houve uma limpeza étnica, incluindo a minha própria família", disse o embaixador da Armênia na União Europeia.Há alguns dias, o primeiro-ministro da Armênia questionou a eficácia da tropa russa destacada desde 2020 para manter a paz em Nagorno-Karabakh.